Ouvi, então, Chris sussurrar:
-Me perdoa?
-E-eu...-Melody gagueja.
-Por favor, Melody, por favor. Faço qualquer coisa pra você me perdoar. Eu te amo,você sabe. Qualquer coisa.-Ele vai diminuindo o tom de vóz.
Não escuto mais nada, mas espero alguns segundos antes de me virar. Nesse tempo, deixei todas as lágrimas caírem e as enxuguei. Fui até a janela pra não suspeitarem.
Melody e Chris podem voltar, agora... Ah, vida...
-Justin? Tá tudo bem?-Ouvi Chris perguntar.
-Você está calmo.-Melody acrescentou.
Virei-me pra eles, já seguro de que não haviam vestígios de lágrimas no meu rosto. Sorri.
-Estou bem.
Chris fez uma pequena cara de espanto,logo substituída por culpa, que tambem foi substituída pela normalidade.
-Hum... okay, então.-Melody disse.
-Espero que você esteja bem,depois dessa... revelação,por assim dizer.
-Haha, sim, estou. Mas ainda acho vocês dois uns idiotas.
-Ora, esperava algo mais que isso?
Caímos na gargalhada.
-Bem, acho melhor eu ir. Está ficando tarde, e...
-Ah, você ainda pode ficar um pouco, Mel!!!-Chris disse.
-Acho que não, sério, desculpa,mas eu preciso ir.
-Por que precisa tanto, Mel?-Perguntei.
-Tenho que fazer...umas coisas lá em casa.
-Coisas, hum??? Quee coisas, safadinha?-Brinquei.
Ela seguiu o ritmo da brincadeira:
-Aah, só marcando pra ver, espertinho.
-Oh, quando está livre? Adoraria saber.-Sorri maliciosamente.
-Amanhã de noite não haverá ninguem.Que tal passar lá?-Ela tambem sorri assim.
-Está ótimo. Chego pelas 19h.
-Até de manhã?
-Até quando você decidir.
Nós rimos,mas percebi que a risada de Chris foi meio forçada. Acho que ele sabia que eu estava na batalha, e que as risadas dela eram pontos pra mim. Sou mais engraçado que ele, e meninas AMAM senso de humor. Ele terá que usar outra arma, e está pensando qual será.
-Bem, então estou indo,okay?-Ela termina.
-Ah, não,que saco.-Falo
-Deixa de ser infantil, Jus, haha.
-Num sô infantil, só sô criancha!
Ela ri.
-Dá no mesmo,bobão!
-Bunhaa,mamãin, ela mi chamo di bobããuum!!
Ela dá outra gargalhada. Quase que meus pés saem do chão! Era maravilhosa. A risada, sabem? A vóz sobressaía à todos os outros sons. Não ouvia mais nada. Quase que ando até ela, mas uma batida na porta me fez voltar ao mundo.
-Melody, querida? Sua mãe ligou. Quer saber quando volta. - Diz a sra.Beadles, ainda no telefone.
-Viram?-Mel nos culpou.-Diga que sairei em alguns minutos.
-Ok!-Disse,saindo do quarto.
-Não somos culpados, poxa. - Chris disse.
-Oras se não são. Vocês me prenderam aqui!!!
-Prendemos? Que eu saiba,você está totalmente livre.
-Haha, que gracinha. Minhas mãos estão atadas às suas palavras, entende? Vocês me impedem verbalmente.
-Uuulll, somos bruxoos??
-Quem sabe?
-O demônio.
-Oh, céus,são bruxos.
-Demônio?-Não entendi.
-Opa, bruxo,não sabe que és filho de demônio pra saber fazer bruxaria?-Mel pergunta.
-Ah... não. Odeio falar sobre demônios e coisas demoníacas.
-Ah, então você não é bruxo. O Chris é!!!
-Uhuahaahahahaha - ele tentou imitar uma risada maligna.-Posso fazer o que eu quiser sendo bruxo.
-Não pode, não.
-Por que?
Ela anda até ele.
-Por que bruxos derretem no sal!
Ela finge que joga sal nele, sendo que são só bolinhas de papel inocfensivas.
-Ohh, nãããoo, estou derretendoo! Bruxos ajudem-me,eu vos convoco.-Chris corre.
Melody corre atráz,rindo.
-Volte aqui, demônio. Vas morrer ao lado dos teus.
-Não há como eu!
-Pois então,por que os convoca?
Nossa!! Eles são bons em falar como as pessoas dos tempos que acreditavam em bruxas."Vos", "teus", "convoca"... Isso é que é teatro. Só pude rir.
Eles continuaram com isso mais alguns minutos.Nisso eu já tinha caído na cama e estava rolando nela de tanto rir.
Então Melody tropeça em... não sei. Não vi nada no chão. Deve ter sido no próprio pé.
Levantei-me correndo e a segurei antes que caísse. Subi-a de volta e nossos olhares se encontraram. Chris ainda estava se levantando,por que Melody o havia derrubado, não sei como. Não me mexi. Meus braços continuaram em sua cintura, meus lábios à centímetros dos dela. A tentação foi grande, e eu cedi. Eu ia para frente, mas a janela se fechou com força, e eu e Melody pulamos para tráz.
Droga. Eu ia beijá-la. Ia mesmo. Mas,droga. Se o fizesse, ela se afastaria de mim,por que ela quer Chris,e Chris a quer.
Olhei para a janela. Não havia ninguem perto dela. Vi as árvores mexendo. Só vento. Ninguem.
Quando olhei pra Melody denovo, ela estava na porta.
-Até logo, meninos. Digo, menino e bruxo.
Chris vai até ela e a abraça.
-Até, Melzinha.
Não fui abraçá-la. O ultimo momento poderia ter estragado tudo. Dei um tchau de longe. Ela foi embora.
-Nossa, mas... ela caiu mesmo!-Chris disse.
-Éh, caiu, né...
-Foi mal, irmão. Eu não consegui...-Eu o interrompi.
-Tudo bem. Eu tambem não, mas a janela bateu...
-Bateu? Eu não ouvi.
-Você estava caído no chão...
Ele olha pra janela.
-Ela está aberta.
Dessa vez, eu olho.
Está aberta.
-Mas... como isso? Ela.. tava fechada. Bateu. Eu e Melody vimos. E ninguem foi abrir.
-Mano,você viu coisas... Ou seu instinto te fez pensar que bateu pra você não...-Eu o interompi denovo.
-Não, Chris, não foi. Eu ouvi. Eu vi a janela fechada. Pergunte pra Mel amanhã.
-Okay, eu pergunto.
Foi fácil '-'
Conversamos mais um pouco, sobre várias coisas, e depois fui embora.
Chegando em casa,subo pro quarto e me deito. Choro e choro e choro.Melody e Chris voltaram, aparentemente.
Ouço uma batida na porta do quarto. Deito virado de costas para lá e digo, baixo:
-Pode entrar.
Minha mãe entra, fecha a porta e senta na cama, a meu lado.
-O que houve, meu bebê?
-Como assim?-Tento falar o mais normal possível,mas fingindo sono.
-Você subiu correndo, meu amor. Você sempre come e vê TV antes de dormir.
-Ah... É que estou muito cansado, mãe. Meu dia foi cheio.
-Cheio? Você foi na casa do Chris depois da aula. Não,depois do almoço? Ah, não me lembro agora, estou esgotada tambem... Mas o que fez lá?
-Bem mãe,coisas de menino.Jogamos bola, video-game, emporcalhamos a cozinha...
-Que horror.
-Tudo que você espera de mim eu fiz lá.
-Tomou banho lá? Fez lição de casa, lá? Comeu macarrão lá?
-Mãe,você me entendeu.-Nós rimos.
-Entendi sim, amor. Mas você está abatido.
-Cansasso, juro.
-Olhe nos meus olhos, querido,por favor.
-Mãe,que horror,você acha que estou mentindo!
-Justin,olhe.
Viro-me para ela, devagar, rezando para que não hajam vestígios de minhas lágrimas.
Olho-a direto nos olhos, como que desafiando-a a ver algo anormal.
-Justin,você está gripando.
-Gripando?
-Seu nariz está vermelho...
-Oh, vou morrer, estou gripando.-Ironizo.
-Justin!!!
-Ookay.
-Deixe-me ver sua temperatura.
Ela levanta, pega um termômetro e mede. Deu normal.
-Não está com febre.
-Eu sei. Não estou me sentindo com febre.
-Hum...
Ela me examina mais uns minutos. Quando eu penso que ela vai desistir, ela diz:
-Você estava chorando.
Faço cara de espanto, meio que sem querer, mas fiz.
-Chorando? Af'z, mãe, eu não choro.
-Chora. Deixe de machismo. Era pela Melody denovo?
Aí ela tocou na ferida. Principalmente aquele "denovo" no fim da frase. Virei de costas pra ela. Eu não podia pensar na Melody sem chorar. Era impossível. Eu a amo, amo muito, mas ela não me quer. Ela não me ignora, mas saber que ela não está comigo me machuca muito. Quer vâ-la feliz, mas não dá. Não com ela namorando outro garoto.
Mamãe põe as mãos nas minhas costas e faz uma pequena massagem nos ombros.
-Sinto muito,filho.
Abraço-a e choro em seus ombros. Vou desidratando. Estou sentindo a fraquesa da falta de água.
-Mãe?
-Sim?
-Pode me trazer um pouco de água?
-Claro, amor. Volto já.
Ela desceu. Deitei-me na cama novamente. Viro-me para os lados. Tomo a água quando minha mãe volta. Falo pra ela tudo que sinto em relação à Melody, mas não digo sobre o que fiz com Caitlin. Ela me acalma. Diz que se é pra ser, será, se não, tem gente melhor... Mas não há como Melody. Não há amor como este. É o que sinto, e sempre sentirei. Senti-me melhor em relação à tontura que a falta de água estava trazendo. Mas imaginei-me com Melody, andando na rua de noite, vendo a lua cheia, com sorvete de morando na mão, a livre, entrelaçada na minha. O vestido voando ao vento, como minha franja. O sorriso largo de ponta a ponta do rosto. Paramos numa ponte, olhamos a água. Olho-a nos olhos, sinto seu beijo quente e reconfortante. Trago-a mais para perto, querendo mais de seu calor, de seu amor...
Minha mãe me tráz de volta a realidade, dizendo que eu deveria ir dormir. Concordo, deito-me e sonho.
Ao amanhecer, saio do quarto pronta, desço, tomo café e saio, antes de minha mãe acordar. Ando até a escola com velocidade e sento-me na cadeira. Só então percebo que está ocupado o lugar ao meu lado, por alguem com capús.
-Justin? Chegou cedo.
Ele não diz nada.
-Tudo bem com você?
-Tudo, linda. Mas não sou Justin - A vóz por tráz do capús me assustou. Era grave, sinistra... e de Luke.
-Luke? O que está fazendo no lugar do Justin?
-Hm, pedi pro professor pra nos mudar de lugar. Acho que ele deixou - E sorriu pra mim, maliciosamente.
Assustei-me ao ver esse rosto. Já o tinha visto em Luke antes, e não queria dizer boa coisa. Luke tentara, da ultima vez, me levar pra cama, com menos de uma semana juntos. Só quando eu corri dele que ele entendeu que eu não queria.
-Não me olhe assim - Ordenei.
-Ainda não aceita, não é mesmo? Tenho paciencia... mas não muita. Quero você de volta. Só isso.
-Não me terá. Entenda. Não quero você. Não mais.
-Não é verdade. Não ficaria comigo se não me quisesse.
-Mas estou com você agora? Não.
-E está com quem?
Senti um aperto no coração. Queria estar com Chris, por mais charmoso,lindo, fofo e carinhoso que Justin fosse... Não queria?
-Agora, com ninguem, e nem pretendo estar tão cedo.
-Resposta errada - Ele sorriu denovo,então me jogou contra a parede, apertando-me entre ela e seu corpo, beijando-me loucamente,como se não houvesse mais nada além de nós na sala.
Tentei empurrá-lo, mas não consegui. Ele era forte, musculoso...
Senti o ar voltar para dentro quando alguem o puxou de mim, jogando-o no chão com força. Dobrei-me e me apoiei nos joelhos para respirar melhor.
-Melody? Você está bem? - Ouvi a vóz de Justin. Mas não me mexi. Ainda não havia recuperado todo o ar.
Senti suas mãos em meus ombros. Tentei olhar pra cima, mas a tontura venceu e caí de joelhos. Luke batera minha cabeça na parede, e agora ela latejava, causando-me uma dor terrível.
Vi os pés de Justin na minha frente, depois vi eles sendo jogados. Luke o socara. Justin rapidamente se levantou e o atacou tambem. Nessa hora, o professor entra.
-Justin!! O que está fazendo?
Luke e Justin param, horrorizados. Percebi uma pontada de diversão nos olhos de Luke.
-Ele me atacou, senhor.-Disse, apontando para Justin.
-Mentira.-Justin rebateu.-Você atacou primeiro. Me defendi.
O professor não havia me visto. Culpou Justin por tudo.
-Venha comigo, Justin!
-Não sairei até saber se Melody está bem!-Ele disse.
O professor se virou e me viu encolhida.
-Melody, meu D'us. O que houve?
Não consegui falar. Estava assustada, dolorida e ainda sem ar. Traumatizada, diria.
-Leve-a para a infermaria, Luke, por favor.-O professor disse. Nessa hora, eu e Justin nos desesperamos.
-Não, senhor. Ele quem fez isso com ela.-Justin me defendeu.
-Justin Bieber, já chega. Siga-me.
-N-não.-Falei, tonta.
-Melody? Você está bem?-O professor pergunta.
Luke se aproximou de mim como se não tivesse feito nada e esticou os braços pra me carregar, mas eu soltei um gritinho e me enclhi mais.
-Calma, Melody. Justin não fará mais nada com você.-Ele sorriu. O sorriso era cativante, como sempre, mas não posso me dixar enganar por ele.
-J-Justin...-consegui falar. Luke fechou a cara e saiu da minha frente. Justin se aproximou.
-Sim?-Ele pergunta.
-M-me leva?
Ele não queria, mas deixou um pequeno sorriso brotar nos cantos dos lábios.
-Claro, Melody. Você quem manda.
Ele me carregou. O professor não queria, mas como fui eu quem pedi, acompanhou-nos até a enfermaria.
Chegando lá, Justin pôs-me na maca sentou-se na cadeira.
-Tudo bem, já que querem assim... Mas depois, Justin irá comigo ver o que a diretora dirá disso.-O professor ameaçou.
-N-não foi o J-Justin, s-senhor.-Tentei.
-Melody, eu me defendo depois. Fique calma. Você está tonta com a batida e agitada com a briga. Fique calma, okay? -Justin tentou me tranquilizar.
Tentei, mesmo tonta, falar direito:
-N-não. Não foi você. E-eu vi tudo. Prof-fessor, foi o Luke - senti arrepios ao falar seu nome.-quem coeçou t-tudo.
-Melody, deixe Luke em paz...-o professor ia defendê-lo, mas um onda de... não sei o que, me atingiu, e eu levantei, quase caindo no chão, mas me segurei na maca antes de Justin se levantar pra me ajudar.
-Não! Foi Luke. Ele sentou no lugar do Jus e me jogou na parede, m beijou e eu estou me sentindo violada. O colégio certamente terá que fazer algo sobre isso. Mas não punir o Jus, que foi qum tirou Luke de cima de mim.
Então, aquela onda saiu, e eu quase cai, não fosse Justin e sua velocidade supreendente denovo.
Sentei-me com a mão na cabeça. O professor disse que veria as câmeras de segurança enquanto a enfermeira cuidava de mim.
Depois de 15 minutos ela disse que eu poderia voltar pra sala. O professor estava lá. Sentei-me em meu lugar, ao lado de Justin. Ao término da aula, Chris e Cait vieram falar conosco.
-Melody! - Os dois disseram, e me abraçaram. Cait abraçou Justin depois.
-O que houve, Mel? Você parece abatida.-Chris falou.
Justin excplicou o que havia acontecido. Chris e Cait ouviram horrorizados.
-Filho de uma...-Chris ia falar, mas interrompeu-se.
-Melody, que terror. Ai amiga, você tá bem?-Cait pergunta.
-To melhor. Se não fosse o Justin, não sei o que Luke teria feito.
Chris olha pra Justin com ódio, mas sei que por tráz daquilo ele está agradecendo muito. Ele acena positivamente pra Justin.
-Valeu, Justin.-Ele diz, sem emoções, mas tendo um significado enorme.
-Não foi nada.-Justin diz,do mesmo modo.
Reviro os olhos.
-Vocês dois são ridículos...-Falo, sem pensar.
Chris e Jus me olham, com uma pontada de riso nos olhos.
-Por que?-Perguntam, juntos.
Fuzilo-os com os olhos. Ele riem com a cabeça jogada para tráz e mão na barriga. Vamos para as próximas aulas até o fim do dia. Não aguento mais ficar na escola, mas... se vou morar nos EUA, aguentarei até o fim pra ficar mais tempo com meus amigos. Justin e Chris em acompanharam até em casa. Eles disseram que iriam só me deixar na porta, mas não quis isso. Disse-lhes pra entrar e almoçamos juntos, falando da escola e coisas normais de adolescentes. Subimos e ficamos no meu quarto. Acho que o clima tava muito divertido pragente lembrar de fazer dever de casa, até a Cait ligar. Então fizemos os deveres e voltamos à brincar e contar piadas, sempre se dobrando de rir e ficando sem ar. Até de noite ficamos nisso. Aí eu tive que ligar pra minha mãe pra avisar que eles ia jantas aqui tambem. Ela aceitou na boa, e pedimos pizza.Tava tudo ótimo. Parecia uma tarde boa demais pra ser verdadeira.
-Ai, Chris! Pow mano,haha - Justin reclamou,dado momento em que eles brincaram de luta. Eu era aquelas meninas que indicavam os rounds.
Dando 19h...
Amores, sorry a demora, mas vcs já estão acostumadas, né :/ Bem, espero que gostem. Estava sem criatividade pra esse final, mas esperem o próximo capítulo,serábem melhor, prometo :) Amo vocês,divulguem :)
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