1 de mai. de 2013

Poderosa 4

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*POV Chaz*
-Alô? - Atendi o telefone que tocou logo que cheguei em casa.
-Boa noite, senhor Somers. - Ouvi a voz de Emanuel. - Sua mãe pediu-me para falar com você.
-Sobre...?
-A garota.
-O que tem ela?
-Agora que ela finalmente está no emprego, você precisa arrancar tudo o que ela tem.
-Claro, eu sabia que ela pediria isso. Já tirei uma xérox da ficha dela e vou enviar por fax agora.
-Oh, isso é maravilhoso.
-É, é. Mas quero algo em troca dessa vez, e você não vai dizer à ela.
-Senhor? Se for contra as ordens dela, eu...
-Se for contra as minhas ordens, vai ser morto do mesmo jeito. Mas minha mãe não é tão cruel quanto eu, Emanuel.
Ouvi um glup quando ele engoliu em seco.
-O que deseja, senhor?
-Todas as informações que vocês tem dela, todos os arquivos. Por que, se a querem, é por que sabem de algo. E eu quero saber o que é.
-Eu não tenho essa informação, senhor.
-Pois então consiga. E isso é tudo. - Desliguei.
Pra quererem a Anne assim... tem que ter algo especial.
E eu vou saber o que é.
Meus pensamentos foram interrompidos por meu cachorro, Lochoé(pronuncia Lorroé) que pulou em mim, lambendo-me o rosto por completo.
-Lochoé, calma. Calma, garotão. Eeei, ninguém te deu comida? - Digo, olhando a tigela vazia. Tiro o buldogue de cima de mim e coloco ração para ele, depois água. - Vou falar com o papai sobre isso.
Entro pela casa e fui ao meu quarto. Lá, joguei a camisa na cama. Estava soado. O dia estava quente. Bem, agora era noite, mas continuava quente. Abri a janela para o ar frio noturno entrar, mas fui decepcionado. Não havia vento algum.
-Que bela merda.
Fui ao quarto de meu pai. Bati na porta.
Ninguém respondeu.
-Pai?
-Ouf - Lochoé latiu na sala.
Fui até a sala.
-Pai? O senhor está em casa?
Lochoé foi até uma bancada na cozinha. Eu o segui. Havia um bilhete.
"Saí para ajudar um amigo. Não tenho certeza de que horas voltarei. Deixei comida pra Lochoé, mas você sabe que ele come rápido. Alimente-o quando chegar. Abraços."
Ah, ok...
-Lochoé, você disse que não tinha comida.
-Ouf
-Tá, eu que cheguei à essa conclusão. Tá certo, cachorro esperto.
Voltei pro quarto e enviei o fax. Agora, era só esperar.

*POV Zayn*
Meu telefone tocou. Eu estava ainda deitado. Era meu dia de folga, quinta. Tenho sexta também.
-Alô?
-Olá, Zayn.
-Bom dia.
-O acordei?
-Não, que é isso... - Bocejei. - Diga.
-Bem, você precisa passar aqui quando a Marianne estiver. Pode vir aqui sábado?
-Não dá, man. Hoje é meu dia de folga.
-Seria bom pra vocês se ela soubesse.
-Tem razão, mas... - Pensei em falar com Justin. - Vou ver o que posso fazer, ok?
-Ok. Boa sorte e até breve.
Desliguei.
Será que Justin atenderia isso?
Liguei pra ele.
-Malik? Essa hora? - Ele atendeu.
-Engraçado, chefe. Tenho uma urgência pro fim de semana. Queria saber se posso ir hoje e amanhã, e não sábado e domingo.
-É um pedido complicado, Zayn. É muito urgente mesmo?
-Sim, completamente.
Ele suspirou.
-Venha. Vou conversar com Tonny.
-Valeu, chefe.
Desliguei e me arrumei rápido. Estava lá em 10 minutos.
Várias pessoas perguntaram o que eu fazia aqui, e expliquei que precisava do fim de semana livre. Tonny estava saindo, e eu faria as fotos no lugar dele. Ele viria no fim de semana em meu lugar.
Não foi difícil. O dele só era um pouco mais erótico, nada de mais. Não me importei, já havia feito isso milhões de vezes.
Justin não veio dirigir minhas fotos. Claro, a sessão erótica era do pai dele, o que era melhor, pois ele era mais bem-humorado.
Vi Anne chegar.
-Zayn? - Derek perguntou por ela. - Você não havia dito que quinta e sexta você tem folga?
-Tenho sim, mas preciso do fim de semana livre, desta vez, e troquei com um colega. Hoje você não vai tirar fotos comigo, Anne. - Fiz bico.
Ela riu e fez um biquinho também.
Meu D'us, como era sexy.
Me dei um tapa mentalmente. "Fica quieto, Malik. Se ela é a filha da Conselheira, melhor você baixar o fogo. No mínimo já tem pretendente."
Anne sorriu e foi para a parte dela.
-Anne. - Chamei, antes que saísse de vista. Ela virou e fui até ela. - Tem a noite livre?
Ela olhou Derek.
-Desculpe. Você tem também, Derek? - Perguntei.
Eles se entreolharam, mas assentiram.
-Temos. - Derek disse.
-Queria saber se não gostariam de jantar comigo, hoje?
Anne sorriu. Derek nem precisou olhá-la.
-Claro, íamos adorar.
Sorri.
-Então posso levá-los quando sairmos daqui?
-Claro, seria ótimo.
Anne me abraçou e voltou ao trabalho. Derek ficou um minuto pra falar comigo.
-Você não precisa pagar esse jantar. Deixe que eu faço isso.
-Eu insisto, Derek. Eu quem chamei vocês.
-Façamos assim, então: eu pago a minha parte, pelo menos. Não quero que pague tudo.
Eu ia falar, mas vi que Derek seria firme, então concordei e ele seguiu Anne.
No horário do almoço, sentei com ela e eu contei algumas coisas que aconteciam por lá. Percebi alguns risinhos afrente e atrás de mim, mas não dei ouvidos. Muitos consegui distinguir como Anastácia, Leyla, Amanda, Katherine, Deborah, Amélia, Evelyn... outras não consegui. Derek estava comendo, por isso Anne  escrevia uma nota no celular e eu lia. Ela me fez rir também, contando estórias de sua infância.
Depois de voltarmos ao trabalho, percebi que algumas garotas estavam olhando feio pra Anne quando ela não olhava. No fim do turno, Anne foi se trocar. Eu coloquei só uma calça jeans, uma camisa e um tênis ali mesmo e fui falar com as modelos.
-Olá, gatinhas.
-Oi Zaayyn. - Com risadinhas, caras safadas ou fofas, olhares com expectativa e mais, me responderam.
-Queria saber uma coisa de vocês, suas gostosas.
Elas deram mais risadinhas perguntando o que.
-Por que muitas de vocês estava olhando feio pra nossa nova companheira? - Perguntei desse modo pra tentar fazê-las se sentirem mal por isso.
Algumas reviraram os olhos, outras olharam pra baixo, outras coraram.
Uma das que revirou os olhos quem respondeu.
-Não gostamos dela.
-Por que? - Perguntei. - Ela lhes fez algo? Podem me falar, eu bato um papo com ela.
-Não....
-Então o que foi?
Uma das coradas respondeu.
-Você deu mais atenção pra ela  do que pra nós...
Zayn deu uma risada.
-Por isso odeiam a novata? Senhoritas, sejam razoáveis. Entre todas vocês, ela é a mais fácil de se irritar, e mais próxima de minha idade. Menos você, Rebeka, você é dois anos mais velha que eu, então é mais próxima que ela. - Rebeka irradiou um sorriso. - Mas vejam bem, ela deve ser tratada bem, como vocês. Creio que as primeiras que me conheceram odiaram me ver falando com as outras que eram novas. Como você, Liana, que odiou quando a Lizzie entrou, por que dei atenção pra ela. Veja agora como são amigas. - Elas sorriam uma para a outra. - Posso contar com vocês para serem legais com a Anne?
A maior parte fez que sim, e outras mais teimosas, não. Essas eu teria que convencer depois.
Anne chegou com Derek e sorriu para todas. A maior parte sorriu para ela, e algumas fingiram não ver.
Viro-me para ela, sorrindo.
-Oi, Anne. Oi Derek. - Sem ela notar, olhei todo o seu corpo. O short jeans ia até o meio das cochas, e a blusa clara realçava seus cabelos. O all star dava um toque adolescente que saiu muito bem com a roupa, e a maquiagem era fraca, na verdade, era só um brilho nos lábios. Só isso me fez sentir o coração bater mais rápido. Me dei outro tapa mental. Malik, para! Ela é sua chefe, tecnicamente! Você não quer namorar com sua chefe... Mas eu queria. - Está bonita. Posso oferecer-lhe o braço, senhorita?
Ela sorriu e me deu o braço. Andei e Derek nos seguiu. Pegamos um táxi, já que não cabiam nós três na moto, e fomos ao meu restaurante favorito.
Puxei a cadeira pra Anne sentar e depois me sentei ao seu lado. Derek sentou ao lado dela, também. Pedimos uma lasanha para Derek, um prato do dia pra mim, e um filé à parmegiana para Anne. Conversamos sobre o trabalho, foi até bem produtivo, pois no fim da noite, Anne se sentia mais confiante quanto às fotos sem camisa e calça. Conversei sobre as outras modelos, que podiam ser ciumentas, mas inofensivas, e disse que Justin é mau-humorado. Claro que ela não acreditou e eu tive que explicar e dizer "você vai ver depois de uns tempos".
Ao fim da noite, deixei-a em sua casa. Derek havia nos deixado ao sairmos do restaurante, pois recebera um torpedo de urgência da mulher.
Na porta da casa, virei-a para mim.
-Espero que tenha gostado. Pretendo sair mais com você.
Ela sorriu e fiz leitura labial de sim, foi incrível.
Ouvi alguém falar o mesmo, mas ela era muda, sabia que não podia ter saído de sua boca. Ignorei.
-Bem, então, nos vemos amanhã. Durma bem.
Ela sorriu, me abraçou e entrou em casa. Daí, fui para a minha, feliz.

*POV Justin*
-Porra, dirige direito! A gente vai morrer! - Briguei com Ryan.
-Caralho, não grita. - Ele retrucou.
-Você nem tem carteira, ainda!
-Nem você!
-Mas eu...
-CALEM A BOCA! - Chris gritou. - PARA A PORRA DO CARRO, AGORA!
Ryan encostou. Normalmente, quando Chris pedia pra parar, é por que era importante.
Ele saiu do carro e abriu a porta do motorista.
-Sai daí. Agora.
Ryan estranhou, e eu também, mas como Chris era o mais sensato, saiu e entrou atrás.
-O que viu aí? - Perguntou.
Chris sentou e colocou os cintos.
-Nada. Não aguento mais vocês dois discutindo. Quem vai dirigir sou eu. E estou pouco me fodendo pra eu ser menor de idade. Pelo menos eu sei dirigir, não me distraio e não grito.
Fiquei ofendido, e percebi que Ryan também, mas ele tinha razão.
-Ofendeu, filho da puta. - Ryan falou por nós dois. - Mas beleza. É irritante dirigir com ele do lado. - Apontou pra mim. Chris deu a partida.
-Melhor que morrer, com certeza. - Retruquei.
-Calem. As. Porras. Das. Bocas. De. Vocês. - Chris murmurou, entre dentes e muito irritado.
Eu ainda ia falar, mas conhecia Chris. Achei melhor ficar calado.

Chegamos na tribo duas horas e meia depois, pois Ryan havia matado parte do tempo com a velocidade de 190km/h. O resto do trajeto, como estava sem veículos, Chris abusou um pouco e foi até 120. Mas ele dirigiu com cuidado, como sempre fazia.
-Ele não tenta me matar. - Gritei com Ryan quando chegamos, antes de entrarmos realmente na vila em que a tribo vivia.
-Não quero te matar, porra! Só gosto de altas velocidades!
-Mas pelo menos dirija direito! Chris dirige em alta e baixa velocidades e eu não tenho medo de morrer!
-Medroso!
-O caralho! Você não dirige mais, também!
Não deu tempo pra Ryan nos responder, pois Chris pegou minha orelha e a dele e nos conduziu para dentro da vila, enquanto nós reclamávamos uns "ai", "ui", "solta, porra". Algumas pessoas que estavam perto da entrada nos olharam e riram. Uma delas era Caitlin, irmã de Chris. 
Como podia ter tamanha beleza? Com Chris como irmão? Era gata demais pra isso...
Chris deve ter me notado encarando-a, por que puxou minha orelha mais forte, e me fez gritar um "aaaiii".
-Para de encarar, viado.
-Não sou viado. Ela é gata, ué.
-Sei que acha minha família linda, mas eu to de olho em você.
-Você não é lindo!
-Só diz isso por que esconde seu amor por mim, Bieber.
-Hahaha claro, amor, como pode achar diferente? - Ironizei. As meninas com Caitlin riram de nossa brincadeira.
Chris revirou os olhos. Ele ainda estava irritado comigo e com Ryan. Olhei Ryan. Ele logo me entendeu, e nós sorrimos um para o outro. 
-HEEEY, ME SOLTEM! - Chris gritou.
Eu e Ryan o havíamos carregado. Peguei seus braços, e Ryan suas pernas. Passeamos pela tribo balançando-o como se fosse uma rede e ficamos na beira do lago, com várias risadas atrás de nós.
-NEM OUSEM FAZER ISSO, IDIOTAS! - Gritou, rindo.
-1... - Comecei.
-2... - Ryan continuou.
-NÃÃÃÃOOO.- Chris gritou.
-3! - Eu e Ryan gritamos, e jogamos Chris na água. Viramos para ir embora, mas Ryan foi jogado pelo braço na água, e eu fui carregado e arremessado.
-MERDA, CHRIS! - Nós gritamos, também rindo. Ele deu um pulo de bomba quase em cima de nós.
Tentei afogá-lo, mas Ryan tentou me afogar, então não deu certo e nós três afundamos e levantamos para respirar. Chris tentou afogar Ryan, e eles começaram uma briga. Vi minha chance e pulei em cima deles, e os dois afundaram. O problema foi que eles me puxaram pra baixo também.
Depois de nós três conseguirmos emergir e respirar, rimos e olhamos a beirada. Caitlin, Taylor e minha mãe nos olhavam, sérias. Dei de ombros. Não podiam me impedir de me divertir. As três seguravam uma toalha branca, esperando-nos sair.
Revirei os olhos e comecei à nadar para a borda, mas um dos idiotas me puxou de volta e começamos outra briga. Alguns garotos da tribo pularam também, e a guerra ficou feia. No final, muitos saíram machucados, mas rindo muito. Eu saí de olho roxo. Ryan estava com o nariz sangrando, e a boca de Chris também. Cumprimentei todos os garotos da vila.
-Você é demais, Bieber.
-Bom de briga!
-Chega uma hora pra gente apostar uma bebida numa luta-livre!
Eles eram legais comigo, mesmo que eu soubesse que não queriam que eu fosse Conselheiro. Ou pelo menos, na minha frente eram legais. Mas não gostava de pensar nessa possibilidade.
Sorri pra todos.
-Um dia, caras, vocês terão chance de tentar vencer o grande Bieber!
Eles riram e me desafiaram, quase todos.
Mamãe colocou uma toalha sobre mim. Virei pra ela.
-E aí, mãe? 
Ela estava séria.
-Você não pode promover brigas, Justin.
-Mas eu só estava me divertindo. São meus amigos, mãe. Quero me divertir. Ainda tenho 18 anos.
-Ou seja, está mais que na hora de aprender que essas brincadeiras são infantis.
-Meninos são conhecidos por serem infantis!
-Justin...
-Mãe, fica fria. Na boa.
Com o que sabia, tirei o máximo de água do meu corpo com a Dominação. Fiquei quase seco, não fosse que havia água nas minhas roupas, me molhando novamente.
Joguei a água de volta no lago. Foi difícil aprender isso sozinho, mas eu havia conseguido.
Mamãe suspirou.
-Venha.
Ela andou, mas antes de seguí-la, fui até Cait, a puxei pra perto e falei em seu ouvido, o mais sexy que consegui.
-Que hora você tem livre? - Senti-a se arrepiar.
-A noite toda. Quando sair, pode ir na minha casa.
-Então te vejo depois.
Segui minha mãe, que havia parado e estava me esperando. Vi o olhar de Chris sobre mim - chateado. Ele odiava quando eu cantava Cait. Mas que eu podia fazer? Ela era muito gata!
Ele e Ryan me seguiram, ainda se secando, pois mesmo na vila, ainda eram meus Protetores. Entramos no chalé Principal, onde ficava a Conselheira e o Amuleto. Haviam 3 cômodos e dois banheiros. O cômodo maior era a sala de reuniões, onde ficaríamos agora. Os outros dois eram particulares da Conselheira e do Amuleto para trabalharem. Não sei se todas as tribos são assim, mas aqui, é tudo bem organizado.
-Justin. - Minha mãe começou ao sentar atrás da mesa. Sentei em sua frente, e Chris e Ryan ficaram em pé, perto da porta, se secando e olhando se ninguém queria ouvir o que dizíamos. - Eu e Luan conversamos. Decidimos que ninguém melhor que alguém da tribo da Água pra ajudar você...
-O QUE?
-Calma, querido.
-VOCÊ E LUAN DECIDIRAM ISSO SEM ME AVISAR??? Isso não é justo! Eu quero aprender só! Isso seria como humilhar a tribo do Ar! - Senti raiva ao pensar que eu, e somente eu, poderia causar tal vergonha à nossa tribo. - Não vou aprender com nenhum Dominador de Água.
Mamãe suspirou. Ela tinha mesmo muita paciência comigo.
-É para o seu bem, querido. E isto não está mais em discussão. O mensageiro irá hoje para lá. 
-Mas mãe...
-Você tem que aprender à se defender. Se secar ou jogar água em seus colegas não vai lhe ajudar à se proteger em uma batalha.
-Eu posso aprender só.
Ela me olhou, compreensiva e eu sabia o que ia dizer, mas não deixei.
-Não me olhe assim, sei o que vai dizer, mas não é verdade! Eu consigo, sou forte, vou provar à todos nessa vila que posso ser seu Conselheiro. Não vai ser tarefa fácil, como você sempre diz, mas eu consigo, mãe. Eles são parte do povo que nós constituímos, e eu quero protegê-los e ajudá-los. Eu consigo, mãe.
Chris não deveria, mas entrou na conversa.
-Desculpe a intromissão, Conselheira, mas ele tem razão. Ele se esforça muito. Infelizmente a senhora não pode acompanhar seu progresso, mas eu e Ryan acompanhamos. Justin está cada dia melhor.
Mamãe o olhou e sorriu.
-Obrigada pela confiança que põe em meu filho, Christian. Eu também ponho. Mas não é por mim que faço o que faço. Como ele disse, a tribo do Ar é nossa família. Temos que cuidar o máximo que pudermos. Justin está com 18 anos. Logo ele terá que assumir meu lugar, e ele pode até dominar bem, mas não o suficiente pra proteger nem a si mesmo.
Olhei-a, descrente.
-Posso me defender.
-Então me mostre.
Levantei da cadeira, irritado.
-Preciso fazer isso com a minha mãe? Só pela sua má vontade?
-Não estou com má vontade, querido. É por você, e por toda a vila.
-Tudo bem, eu provo se quiser. Mas não vou machucar você.
Me viro pra sair, mas Ryan se põe em minha frente.
-Treine comigo.
Olhei-o.
-Isso foi gay. E não vou machucar meu amigo.
-No momento, sou seu Protetor. Você tem que saber diferenciar os momentos.
Mandei um olhar de ódio pra ele, mas claro que ele estava passivo quanto à isso. Era o dever dele, mesmo que eu ficasse com raiva.
-Estamos decididos, então.- Mamãe disse. - Christian, cuide para que isso seja só entre nós, por favor.
-Sim, senhora. Vão treinar perto do lago?
-Sim.
Ele baixou a cabeça, virando-se.
-Com licença.- E saiu.
Com raiva e vontade de matar alguém saí dali com Ryan atrás de mim, e minha mãe afrente. Percebi algumas pessoas nos olharem, mas Chris estava fazendo com que todos tirassem a atenção de nós.
No lago, mamãe ficou cinco metros longe de nós, e eu ataquei Ryan algumas vezes. Vi o rosto de minha mãe surpreso por dois segundos, mas logo voltou ao normal. 
Pelo menos eu a havia  surpreendido. Mas pelo visto, não a convenci.
Além de alguns golpes físicos, eu e Ryan ainda caímos na água, e eu usei isso à meu favor. Não queria machucá-lo mais, então deixei-o em terra logo que ele estava ficando vermelho, e fiquei ao seu lado.
-Desculpe, - Pedi.
-Tudo bem. - Ele estava respirando com força pelo meu último ataque. Definitivamente, se eu quisesse, Ryan teria morrido naquele momento.
Mamãe se aproximou e fez Ryan deitar de um modo que sua respiração regulasse mais rapidamente.
-Bem, Justin, foi surpreendente, admito. - Disse-me. - Mas...
-Eu já sabia que você ia ser firme... Ah, não custava nada tentar.
Levantei e ajudei Ryan à levantar. Ele já estava bem melhor, e nos acompanhou. Ajudei-o a se secar o máximo que o machismo conseguisse, mesmo que com a Dominação.
No chalé, o mensageiro nos aguardava.
-Senhora? - Perguntou. - Sua carta está pronta. - Ele a colocou em cima da mesa. Mamãe assinou, e ele a colocou em um tubo, enrolada.
-Vá. E traga uma resposta.
Ele saiu, deixando-nos sós na sala, com o clima tenso da minha raiva, da minha luta com Ryan e o ar de vitória que minha mãe exalava, mesmo sem saber.

*POV Marianne*
-Paaaai, to pronta! - Gritei e desci com uma mala. 
Lá na frente, encontrei com Sandy, já pronta também. Papai descia a escada com a mala dele e de Sandy. Ele as colocou no carro,e nós partimos. A noite estava definitivamente quieta. Haviam poucos carros na rua, e eu e minha irmã íamos cantando no carro enquanto papai dava uns deslizes para 100km/h e com muito cuidado. Chegamos lá por volta de 21h, já que saímos de casa às 18h.
Entramos na vila, com papai segurando nossas malas. Corri para o lago.
-MAMÃE! - Gritei.
Uma vitória régia bem saudável vinha em nossa direção, de acordo com a água. Quando ela bateu na beira do rio, usei a Dominação para colocar uma gota d'água bem no centro da flor, de onde saiu uma imagem que muitos descreveriam como "holográfica" de minha mãe jovem, com os cabelos lisos até as costas, os olhos vivos e claros, as roupas com que quase morrera, ainda ensaguentada pelo fato de não poder tocar no mundo material, mas não estar morta, então não poder tocar no mundo espiritual.
-Filhas! - Ela abriu um imenso sorriso. Eu e Sandy sorrimos para ela. Queríamos abraçá-la, mas era impossível. Bem, pelo menos, ela está viva. Pensei.
-Que bom te ver, mamãe. - Falei. 
-Tava com saudades, mamãe. - Sandy disse.
-Boa noite, querida. - Papai chegou com as malas.
Mamãe deu uma risadinha.
-Coitado do seu pai, crianças. Como estão?
-Bem. - Respondemos em uníssono.
-E você? - Papai perguntou.
-Agora que estão aqui, melhor não poderia ficar.
Sorri, junto com Sandy. Não olhei pra papai, mas ouvi sua boca abrir em um sorriso, também.
-E as notas? - Ela perguntou.
Foi papai quem respondeu.
-Só tem nota baixa em uma matéria, cada. Anne em física, e Sandy em matemática.
-Haha eu odiava essas matérias. Parabens, meninas. Estão indo bem.
-Como anda aqui a vila, mamãe? - Perguntei, esperançosa.
Ela suspirou.
-Bem, estamos indo o melhor que podemos... Mas não é bom. Vários de nossos Protetores morreram, e os que estão e treinamento ainda são muito jovens e inexperientes. Menos Miley e Jasmine, claro. Estão no último semestre de treinamento, e já dão aulas de proteção ao próximo. Nossos médicos também estão mal. Houve um período de gripe e outras doenças, e todos os nossos médicos foram ótimos e cuidaram de todos, mas agora estão todos doentes também, e alguns aldeões estão adoecendo. Nossos Dominadores morreram. Só há você e sua irmã. Pelo menos, nesta tribo do Oeste dos Estados Unidos. Definitivamente, precisamos de ajuda de nossos aliados da tribo do Ar.
-Mas... isso seria...
-Sim, seria. É realmente humilhante à uma tribo pedir ajuda desse tipo. Ajuda médica. Mas pelo menos nossa colheita está boa, e podemos oferecer em troca de sua ajuda. 
-Mas e o pagamento? Será em alimentos?
-Nossa situação financeira também está terrível. Precisamos da ajuda do Ar.
Olhei o chão. Não acreditava que bastavam 2 semanas sem vê-la, e a tribo toda estava encrencada.
-Vou cuidar disso, mamãe. Prometo. - Falei.
-Obrigada, querida.
Era meu dever. Eu sou sub-Conselheira da tribo, já que mamãe não pode ser totalmente Conselheira por ser quase um fantasma.
-Minhas meninas! - Ouvimos. Virei-me e vi o Amuleto vindo em nossa direção com um grande sorriso e um cara vestido de monge atrás. Amuleto usava as vestes de monge sabe-tudo-do-universo de sempre, mas o cara atrás era bem mais novo, com certeza. E pelos músculos visíveis na bata, que era muito justa pra ele, não seria um Amuleto quando crescer, mas um Protetor. - Como estão? Quanta saudade!!
Abracei-o junto com Sandy.
-Liaam!! - Gritamos. - Saudades estamos nós!
-Fazem só duas semanas e vocês estão bem grandinhas, hein.
-Haha que nada! Consegui um emprego!!
-Jura? Que incrível! 
-Né? Sou modelo.
-Bem, se não te aceitassem, eu mesmo iria lá matá-los.
-Haha' - Fico vermelha.
-Conte-me do trabalho, como é?
-Ah, bem legal! Todos foram bem simpáticos comigo, e meu parceiro de fotografias e meu chefe são uns lindos.
-Hahaha. Bem, isso é bom? - Ele olha pro meu pai, que não gostou de Zayn desde o início, mas aceitou.
-Pra mim, é!
Nós rimos.
-E, diga-me, como anda seu amigo Niall?
-Você nem vai acreditar. Nem você, mamãe. - Virei-me para ficar de frente pros dois. - Niall disse que gosta de mim à 5 anos.
Os dois ficaram boquiabertos, e ouvi papai e Sandy ficarem também.
-Eu sei, fiquei assim mesmo. Não soube o que dizer à ele.
-Mas você vai parar de falar com ele? - Mamãe perguntou.
-Claro que não! Ele é meu melhor melhor melhor amigo do mundo todo! - Olho pra baixo.
-O que foi, querida?
-É que... eu não sei... 
-Você gosta dele, também?
-Pergunta pro coração, não pra mim.
Ela sorri.
-Coração da Anne, que tal uma ajudinha? Ela quer saber se gosta do Niall. Pode nos dizer?
Ri com a brincadeira boba que fazíamos a algum tempo.
-Acho que ele não quer responder.
O cara que veio com Liam sorriu. Não que eu consiga ver sua boca, mas ouvi-a. Finalmente o olhei direito.
Nossa, com essa roupa justa, ele parece ser muito sexy.
Me dei um tapa mental.
-Liam, não vai nos apresentar à seu amigo? - Perguntei.
Ele virou e viu o cara novamente. Trouxe-o para frente com o braço.
-Claro. Este é seu novo Protetor.
Olhei-o, surpresa.
-Pensei que estávamos sem Protetores.
-Bem, eu descobri que este era Protetor faz uns dias. Ele é da tribo da Água do Norte da Inglaterra, e veio para cá há alguns anos.
-Nossa, que poderoso. - Falei, olhando o cara. Ele se mexeu, sorrindo.
-Sim, realmente. - Liam disse. - Bem, Anne, quero  que conheça-o hoje. Sabe que ele vai seguí-la agora, não sabe?
-Sim.
-Anne, apresento seu novo Protetor...




Oieeee!!!! Gostaram do capítulo? Desculpem a demoraa, eu ando tão cheia de trabalho que  vcs n fazem ideia, e com as notas baixas :'( Papai nem quer me deixar mais entrar no PC, mas comp vcs viram, to aqui por vcs, hehe' bem, comentem pfvr, e divulguem o blog.

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