Dado momento, eu e Justin descemos também, e, antes de entrarmos na sala, mamãe estava dizendo algo à Pattie que eu preferia que Justin não tivesse escutado.
-Não sei, Pattie. Ale me pediu chorando pra deixar. Eu não queria, mas...
-Eu entendo. São crianças, querem estar próximas.
-Pattie, ela ama seu filho. Chorou e pediu que eu deixasse, pois já perdeu o pai e não queria perdê-lo também.
-Eu sinto muito mesmo pelo seu marido. Bem, mas gostaria de saber só por que ela queria tanto...
-Seu filho se corta, Pattie. Ela o fez prometer que ia parar, mas... eu não sei... algo não deixa, e ela vai ajudá-lo.
-Céus. Eu não sabia. Conversarei com ele em casa, amanhã. Por que ele não me falou? - Pareceu magoada.
-Não sei... Tomara que Ale também não se corte. Eles não nos dizem mais nada... estão tão grandes...
Senti a respiração de Justin em meu pescoço, já que estava atrás de mim. Estava corada, mas esperei que ele não notasse.
Entrei na sala e Justin me seguiu.
-Oi mãe. - Ele disse.
-Justin! - Ela o abraçou.
Sentei ao lado da minha mãe.
-Por que não me disse?
Justin baixou a cabeça.
-Sinto muito, mãe. Vou parar, graças à Ale. Eu prometo. Ela vai me ajudar.
-Eu sei, querido, que vai. Mas queria saber por que não me contou. Eu poderia tê-lo ajudado, também.
-Eu... achei que ia brigar comigo.
-Não, querido. Isso é algo sério pra fazer piorar, brigando. Só ia ficar desapontada.
-Como já está, quer dizer?
-Ah, bem... acho que estou mais magoada...
Ele a abraçou, e vi suas lágrimas lentas perto aos olhos. Pattie também chorava, e eu quase comecei, também.
-Vou... pegar água pra eles. - Falei indo à cozinha. Mamãe não me impediu. Enchi um copo e bebi tudo. Estava precisando. Então enchi dois para eles, e quando voltei, já estavam separados.
-Querem água? - Perguntei.
-Obrigada. - Pattie disse, pegando um copo. Justin sorriu pra mim, secando o rosto, e pegou o outro.
-Valeu, Ale. Por tudo. - Bebeu.
-Não precisa me agradecer.
-Faria o mesmo por você. Bilhões de vezes, se fosse necessário. Sabe disso, não sabe?
Sorri.
-Obrigada.
Conversamos até meia-noite, quando Pattie foi embora, e mamãe nos mandou dormir. Justin estava tão distraído, que continuei no mesmo assunto.
-Mas não machuca?
-Não, colocamos uma coisa de plástico ou borracha nos dentes antes das partidas. Sempre esqueço o nome... Mas isso não nos deixa quebrar os dentes nos jogos.
-É bem difícil, não?
-Bem, sim. Football não é jogo pra qualquer um. Tem que ser forte e ter disposição pra usar aqueles trajes pesados, e ainda o uniforme em cima, e o capacete...
-Mas são pra proteção, não? - Deixei a porta aberta, como mamãe pediu.
-Sim, haha. Mas não quer dizer que não pese. E pesa muito!
Ri com essa constatação.
-Mais pesado que eu?
-Não sei, nunca te carreguei.
Ele me virou de costas e antes que eu pudesse dizer "nãão", ele me carregou.
-Aaah, Justiin! - Ri.
-Nãão, pesada? Tá ótima.
-Ou você é muito forte, por que eu sou gorda.
-Não é, não.
-Sou sim!
Ele me soltou e me virou pra olhá-lo. Analisou meu corpo, me deixando um pouco vermelha.
-Não, não é gorda. Você é normal.
-Mas... eu me acho...
-Mas não é. Olhe-se no espelho. Não tem gordura, aí.
-Ai, tá bom, haha. Não discuto mais.
-Uhuu, consegui. - Rimos.
No quarto, Justin me ajudou - ele fez mais do que eu - a colocar meu colchão no chão, depois de eu ficar 15 minutos insistindo que ele não ia dormir no chão sozinho, e ajudou mamãe à trazer outro enquanto eu pegava mais um cobertor e travesseiros.
Arrumamos o quarto e apagamos a luz do corredor pra não nos atrapalhar de dormir.
-Boa noite, crianças. - Mamãe disse. - Venho olhar em 15 minutos pra ver se estão dormindo, hein.
Ri.
-Boa noite, mãe.
-Boa noite, tia. E obrigado mesmo. - Justin falou.
-Por nada, querido. - Ela lhe deu um beijo na testa, e depois em mim, e saiu.
A noite estava fria, então me cobri até o pescoço, mas ainda tremia.
-Nossa, Ale, que frio, hein?
-Muito. - Bati os dentes.
-Quer meu cobertor? Não ligo pro frio.
-É frio demais até pra você. - Falei.
-Não é, haha. Não quer, mesmo?
-Não. Durma bem.
-Ok. Você também. - Ouvi o sorriso.
Me virei para o lado, tentando me aquecer, ficando em posição fetal, mas ainda estava muito frio. Olhei para a janela e vi que estava aberta. Justin também notou isso.
-Quer que eu feche?
-S-se não for incômodo... - Tremi.
Ele riu e se levantou, fechando a janela. Quando deitou novamente, me olhou.
-Melhor?
-Um pouco. Mas ainda sinto frio.
-Quer um abraço?
-Quer saber? Quero sim! - Ri.
Virei pra ele e seus braços me envolveram, fazendo-me ficar coberta pelo cobertor dele também. O calor passava de seu corpo para o meu, e parei de tremer.
-Como você dorme nas outras noites? - Ele perguntou, parecendo desconfiado.
-Três meias, dois moletons e luvas. E esse cobertor aqui. Janela fechada, porta fechada e o aquecedor.
-Nossa! Acho que você realmente não curte esse frio dos Estados Unidos.
-Você não dorme assim?
-Não, eu nasci no Canadá, duas vezes mais frio que isso daqui.
-Nossa. Eu nem sabia que..
-É, ninguém sabe nessa cidade. Só você.
Fiquei feliz com a constatação. Ele confiou isso à mim.
-É, agora entendo os comentários da escola.
-Que comentários?
-Que você é bonito demais pra ter nascido aqui.
Ele sorri.
-Comentam isso?
-E muito.
-Você também?
-Ah... eu... é...
Ele olha em meus olhos, levantando meu queixo.
-Isso foi um sim?
-É... é que...
-Haha, fica tão fofa gaguejando!
-Eu?
-Não vejo mais ninguém nesse quarto. - Sorriu.
Baixei a cabeça de novo.
-Obrig-gada.
Ele me apertou contra seu abdômen, e foi nele que adormeci.
Justin parou de se cortar. Ninguém mais falava com Clary. Ela foi excluída da vida escolar. Agora, só o show pode fazê-la voltar.
Já faziam 4 meses. Hoje seria o show. É hoje que eu... que eu vou arrasar!
Coloquei uma roupa e mamãe me levou pra escola. A noite estava razoavelmente fria, hoje.
Chegando lá, Justin e Rick me vêem ao mesmo tempo, e vejo suas bocas caírem. Dou uma risada e vou até eles, depois de me despedir de minha mãe.
-Oi meninos. Vocês estão incríveis.
-O-oi... - Rick e Justin me analisam pro completo.
-Nossa... que... que gata. - Justin diz.
-Só eu? Oi topete. - Digo, rindo.
-É, só você. - Rick diz.
-Não, não. Vocês dois estão... ah, que palavra usar? Desejáveis.
Eles riem.
-Mas isso nós já somos, querida. - Rick ri. Eu e Justin o acompanhamos.
-Tenho que concordar. - Digo.
Alguém me abraça por trás e quando me solto, viro e vejo Sten.
-N-nossa, Sten... você está...
-Desejável também?
-M-mais... Uau. Nunca te vi tão... tão incrível.
-Obrigado. Pena que não posso dizer o mesmo de você. - Eu o olho, questionando-o. Ele ri e responde minha pergunta silenciosa. - Você está perfeita.
-Obrigada. - Sorri também.
Ouvimos a diretora.
-Boa noite e sejam bem vindos à mais uma edição do Ídolo Jovem. Desta vez, os juízes irão julgar a voz do candidato com notas de um à 10. Cada candidato só vai se apresentar uma vez, e só 4 irão ganhar o grande prêmio. Como sabem, anos passado foram 10 premiados, mas...
Vejo Clary do outro lado, ajeitando a roupa.
-Meu D'us...
-O que? - Sten olha, e logo Justin e Rick também.
-Minha nossa. - Justin diz.
-Chamar atenção é pouco pra descrever esse vestido. - Rick comenta.
-Concordo - Eu e Sten falamos.
Clary nos nota olhando-a. Sorriu sínica, querendo dizer "o primeiro lugar é meu" e eu sorri de volta, sem dizer nada. Ela revirou os olhos e adentrou nos bastidores.
Depois de várias apresentações de vários alunos de várias escolas, finalmente é nossa vez.
A diretora sobe ao palco.
-Esplêndido os cantores da Lyncon High School. Agora, tenho o prazer de apresentar os nossos candidatos. A primeira apresentação é de Clarissa De Lavour. - Apresenta e sai, deixando Clary entrar.
Não é novidade que Clary sempre cantou bem. Mas eu nunca a vi cantar assim.
Confiante, alto, sem errar, sem desafinar, perfeita.
Seria difícil vencer dela.
-Muito bem, muito bem. - Diz a diretora depois que Clary termina. - Agora vamos ouvir Stephen Wilbur Pena.
-Boa sorte, Sten. - Digo, e ele me abraça. Depois aperta as mãos de Rick e Justin e entra no palco.
E não podia ter sido mais perfeito.
-Ótimo, Stephen, ótimo. Agora, aplausos para Justin Drew Bieber.
-Arrasa, Justin. - Rick apertou sua mão.
-Boa apresentação, Justin. - Desejei-lhe.
Ele me olhou, me abraçou forte, sussurrou "obrigado" e entrou. Mas aquele "obrigado" não foi só por isso. Notei que ele agradeceu por tudo. Por eu ter contado sobre Clary, por eu ter ajudado-o todo esse tempo a não se cortar, por eu apoiá-lo, por ser sua amiga.
E não podia ficar mais feliz em tê-lo conhecido.
-D'us, Justin é perfeito... - Comentei à ninguém em especial.
-Sim, ele canta bem, concordo. - Rick ri. Coro ao notar que ele ouviu.
Justin volta pra onde estamos.
-Nossa, que perfeito, Justin.
-Muito bom, cara. - Rick diz.
-Valeu, pessoal. - Ele estava radiante e muito feliz.
-Agora a última apresentação da noite, Alegria Somers.
-Céus... Ok, aí vou eu. - Falei.
-Vai lá, Ale, você vai arrasar. - Sten me diz, me dando um beijo na testa e um abraço.
-To com você, Ale. - Rick me abraça.
Olho Justin. Ele olha em meus olhos e sorri, e isso foi tudo o que precisei. Sorri de volta, agradecendo toda a confiança que ele me passou só com aquele olhar, e entrei no palco.
Durante a apresentação, vi Milton sorrindo e fazendo "yes" com as mãos e a boca. Acho que fui melhor do que ele esperava.
Betty, da plateia, filmou tudo, e provavelmente eu estaria na mídia em segundos. Será que ela filmou todas as apresentações? Provavelmente. Ela amava filmar coisas que considerava legais ou dignas de estarem no canal dela no youtube.
Voltei aos bastidores, ouvindo a diretora.
-Essa foi nossa última apresentação. Agora, por favor, fiquem à vontade para fazer o que quiserem enquanto nossos juízes escolhem os vencedores. Se saírem daqui, estejam de volta em 30 minutos. Boa noite.
Sten me abraçou, seguido de Justin e Rick.
Sussurrou pra mim:
-Perfeita, como sempre. Parabéns, Ale.
-Obrigada, Sten. - Ele me deu um beijo na testa.
-Incrível, Ale. - Rick me deu outro.
-Obrigada. - Sorri.
Justin me abraçou com força. Ouvi Sten dizer que ia tomar água, e Rick foi com ele.
Justin quase se afastou de mim e quando pensei que sorriria e diria "incrível" ou algo parecido, ele se decidiu por outra coisa.
Seus lábios selaram-se aos meus, me deixando surpresa, mas não me afastei. Ao contrário, correspondi, colocando a mão em sua nuca, puxando-o para mais perto de mim. Foi calmo, quente, feliz, carinhoso. Pensei que estava voando nesse momento. Esperei tempo demais por isso, e finalmente descobri o quão macios e gostosos são seus lábios, o gosto maravilhoso de sua língua quando ele pediu passagem e eu a permiti, o quanto suas mãos eram ternas ao segurar minha cintura...
Quando ele se separa para me deixar respirar, vejo que está corado. Olhos em seus olhos e não vejo nenhum arrependimento, o que me faz sorrir.
-Eu... precisava fazer isso... - Gaguejou.
-E eu precisava receber. - Seu sorriso ficou, como sempre, perfeito.
-Eu... desculpa se te magoei de qualquer forma... eu...
Coloquei três dedos em sua boca.
-Não podia estar mais feliz.
Seu sorriso ficou maior, e ele me beijou novamente.
Ah, como eu precisava daquilo. Senti que tudo no mundo, qualquer problema, todos poderiam ser resolvidos. Era delicioso, e eu sorri ao pensar "finalmente". Quando nos separamos, segura minha cintura e andamos até a cantina. Por sorte, ainda estava aberta, então ele comprou duas coxinhas e, à meu pedido, um suco de laranja e uma coca-cola.
-Pelo menos você é saudável. - Comentou.
-Bem, sempre que tem essas coisas do Ídolo Jovem, tem alguma surpresa, e se a gente vencer e tiver que cantar de novo, não quero tomar nada que acabe com minha garganta.
-O que não a deixa não ser saudável.
-Ok, mas eu prefiro o termo "prevenida".
-Ok, então você é prevenida.
Sorri pra ele. Encontrei com minha mãe por acaso, e ela me abraçou.
-Foi incrível, filha, incrível. Nunca te vi cantar tão bem!
-Obrigada, mãe. - Sorri.
-Você também, Justin. Sua mãe está te procurando, orgulhosa. - Mamãe o abraçou.
-Obrigado. Quando achá-la, falarei com ela. - Sorriu também.
-Voltarei para lá. Vão ficar nos bastidores?
-Sim. - Falei.
-Então peço à Pattie para ir lá se a vir, ok?
-Ok, obrigado. - Justin agradeceu.
E pra lá que voltamos, infelizmente, batendo com uma furiosa Clary.
-Ai! Olha por onde anda. - Disse, ríspida.
-Acho que você quem tem que olhar, Clary. - Fui calma. - Não é a minha roupa que me impede de ver o chão.
Ela olha o próprio vestido.
-Eu posso ver o chão.
-Então teria visto a barata que está quase subindo no seu pé. - Justin comentou.
Clary pulou e gritou "aah, onde?" enquanto eu tentava abafar o riso, e Justin nem se importava em rir. Clary o olhou com raiva.
-É assim, agora, é?
-É assim desde à 4 meses.
-Mais. - Falei.
-Mais. - Ele repetiu.
-Ah, agora são namorados, é?
Fico perturbada com a pergunta. Ele me beijou duas vezes, mas isso não nos torna namorados.
Justin puxou minha cintura.
-Isso importa pra você?
-Importa, se não eu não estava perguntando.
-Estamos ficando. Por enquanto. - Ele me olha, sorrindo. Olho em seus olhos e consigo abrir um sorriso, mas eu queria cair pra trás.
Ele estava quase me pedindo em namoro com aquela declaração. Mas então... ele realmente queria pedir? Ele... ele gosta de mim?
Estava confusa por dentro, não sabia o que sentir.
Clary saiu batendo os pés com força. A vimos virar e olhamos o palco. Os juízes conversavam lá, e eu estava começando à ficar nervosa. Justin notou minha inquietude.
-Calma, tenho certeza que está entre os 4, isso se não for - e é - a primeira. - Me acalmou.
-N-não sei... Estou tensa..
-Não precisa, você foi a melhor de t...
-É por causa de Clary.
-Hã?
-Quando ela está brava... coisas terríveis acontecem.
-Ela não vai machucar você.
-Pode ser, mas e você? Ou até Rick, Sten, nossos pais..?
-Quanto dela você conhece mais que eu?
-Se você não conhece o lado mau dela, então muito.
-É, não conheço. Ela sempre estava risonha quando nos encontrávamos.
-Eu tenho medo, Justin... de quando ela está assim...
Ele beija minha testa.
-Não precisa. Eu protejo a gente e nossas famílias.
Consegui soltar um risinho.
-O super herói, claro.
-Dã. - Nós rimos.
Então me lembro de alguns minutos atrás e fico vermelha.
-O que foi? - Perguntou.
-É... é que eu... quer dizer, você... disse pra Clary...
Ele pegou meu queixo, fazendo-me parar de olhar o chão para olhar seus olhos. Sua voz saiu calma e doce:
-Eu sei o que eu disse, e não me arrependo de uma única palavra. Mas, vou entender se... - Saiu um pouco de tristeza na voz. - se você não quiser mais nada comigo.
-Mas, eu... - Gaguejei.
Vi um pequeno brilho em seus olhos.
-Você me quer, Alegria? Assim como eu quero? - Não me deixou nem responder antes de continuar. - Eu sei que eu fui um grande idiota com você, mas... mas a gente nunca consegue explicar, não é? É só... na hora.. e depois a gente não controla mais. Eu já não controlo mais. Faz um mês, Ale, que eu estou doido pra te beijar. Finalmente senti você, hoje, e nunca me senti tão feliz. Alegria Somers - Fiquei tensa. - você quer namorar comigo?
Perdi o ar. Ele me pediu pra namorar.
JUSTIN BIEBER ME PEDIU EM NAMORO!
Que dia da minha vida me senti tão feliz?
Notei que eu estava ficando sem ar por que Justin deu uma risadinha.
-Respira, Ale. - Pediu.
Soltei o ar, e me senti melhor. Mas estava tonta, feliz, alegre, tudo. Eu esperava por isso à tanto tempo... tanto que quase perdi as esperanças.
Mas aqui estava ele, Justin, me pedindo em namoro, fazendo deste o segundo dia mais feliz da minha vida.(Claro, o primeiro foi o dia em que o conheci, pois este não existiria sem o primeiro).
-Sim. É claro que sim. - Sorri, finalmente me soltando. Ele me abraça, e sinto sua respiração em meu pescoço, me dando arrepios.
-Por favor, sentem-se todos. Os resultados finais serão ditos agora. - Ouço a diretora. Justin me solta e vamos para perto do palco.
-Ai meu D'us. - Digo. Ele segura minha mão.
-Você foi incrível. Acho que eu ainda não disse isso, mas foi mais que incrível. Você com certeza ganhou!
-Você também, mas ainda estou nervosa.
-Acho que é normal. Também me sinto um pouco nervoso.
-E os colocados, são...
BUUUU *U* assustei vcs?? hein, hein, hein? kkkk assustei, pq sou feia, masok kkkkkk
espero que tenham gostado.
Bjuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuus <3
Ri com essa constatação.
-Mais pesado que eu?
-Não sei, nunca te carreguei.
Ele me virou de costas e antes que eu pudesse dizer "nãão", ele me carregou.
-Aaah, Justiin! - Ri.
-Nãão, pesada? Tá ótima.
-Ou você é muito forte, por que eu sou gorda.
-Não é, não.
-Sou sim!
Ele me soltou e me virou pra olhá-lo. Analisou meu corpo, me deixando um pouco vermelha.
-Não, não é gorda. Você é normal.
-Mas... eu me acho...
-Mas não é. Olhe-se no espelho. Não tem gordura, aí.
-Ai, tá bom, haha. Não discuto mais.
-Uhuu, consegui. - Rimos.
No quarto, Justin me ajudou - ele fez mais do que eu - a colocar meu colchão no chão, depois de eu ficar 15 minutos insistindo que ele não ia dormir no chão sozinho, e ajudou mamãe à trazer outro enquanto eu pegava mais um cobertor e travesseiros.
Arrumamos o quarto e apagamos a luz do corredor pra não nos atrapalhar de dormir.
-Boa noite, crianças. - Mamãe disse. - Venho olhar em 15 minutos pra ver se estão dormindo, hein.
Ri.
-Boa noite, mãe.
-Boa noite, tia. E obrigado mesmo. - Justin falou.
-Por nada, querido. - Ela lhe deu um beijo na testa, e depois em mim, e saiu.
A noite estava fria, então me cobri até o pescoço, mas ainda tremia.
-Nossa, Ale, que frio, hein?
-Muito. - Bati os dentes.
-Quer meu cobertor? Não ligo pro frio.
-É frio demais até pra você. - Falei.
-Não é, haha. Não quer, mesmo?
-Não. Durma bem.
-Ok. Você também. - Ouvi o sorriso.
Me virei para o lado, tentando me aquecer, ficando em posição fetal, mas ainda estava muito frio. Olhei para a janela e vi que estava aberta. Justin também notou isso.
-Quer que eu feche?
-S-se não for incômodo... - Tremi.
Ele riu e se levantou, fechando a janela. Quando deitou novamente, me olhou.
-Melhor?
-Um pouco. Mas ainda sinto frio.
-Quer um abraço?
-Quer saber? Quero sim! - Ri.
Virei pra ele e seus braços me envolveram, fazendo-me ficar coberta pelo cobertor dele também. O calor passava de seu corpo para o meu, e parei de tremer.
-Como você dorme nas outras noites? - Ele perguntou, parecendo desconfiado.
-Três meias, dois moletons e luvas. E esse cobertor aqui. Janela fechada, porta fechada e o aquecedor.
-Nossa! Acho que você realmente não curte esse frio dos Estados Unidos.
-Você não dorme assim?
-Não, eu nasci no Canadá, duas vezes mais frio que isso daqui.
-Nossa. Eu nem sabia que..
-É, ninguém sabe nessa cidade. Só você.
Fiquei feliz com a constatação. Ele confiou isso à mim.
-É, agora entendo os comentários da escola.
-Que comentários?
-Que você é bonito demais pra ter nascido aqui.
Ele sorri.
-Comentam isso?
-E muito.
-Você também?
-Ah... eu... é...
Ele olha em meus olhos, levantando meu queixo.
-Isso foi um sim?
-É... é que...
-Haha, fica tão fofa gaguejando!
-Eu?
-Não vejo mais ninguém nesse quarto. - Sorriu.
Baixei a cabeça de novo.
-Obrig-gada.
Ele me apertou contra seu abdômen, e foi nele que adormeci.
Justin parou de se cortar. Ninguém mais falava com Clary. Ela foi excluída da vida escolar. Agora, só o show pode fazê-la voltar.
Já faziam 4 meses. Hoje seria o show. É hoje que eu... que eu vou arrasar!
Coloquei uma roupa e mamãe me levou pra escola. A noite estava razoavelmente fria, hoje.
Chegando lá, Justin e Rick me vêem ao mesmo tempo, e vejo suas bocas caírem. Dou uma risada e vou até eles, depois de me despedir de minha mãe.
-Oi meninos. Vocês estão incríveis.
-O-oi... - Rick e Justin me analisam pro completo.
-Nossa... que... que gata. - Justin diz.
-Só eu? Oi topete. - Digo, rindo.
-É, só você. - Rick diz.
-Não, não. Vocês dois estão... ah, que palavra usar? Desejáveis.
Eles riem.
-Mas isso nós já somos, querida. - Rick ri. Eu e Justin o acompanhamos.
-Tenho que concordar. - Digo.
Alguém me abraça por trás e quando me solto, viro e vejo Sten.
-N-nossa, Sten... você está...
-Desejável também?
-M-mais... Uau. Nunca te vi tão... tão incrível.
-Obrigado. Pena que não posso dizer o mesmo de você. - Eu o olho, questionando-o. Ele ri e responde minha pergunta silenciosa. - Você está perfeita.
-Obrigada. - Sorri também.
Ouvimos a diretora.
-Boa noite e sejam bem vindos à mais uma edição do Ídolo Jovem. Desta vez, os juízes irão julgar a voz do candidato com notas de um à 10. Cada candidato só vai se apresentar uma vez, e só 4 irão ganhar o grande prêmio. Como sabem, anos passado foram 10 premiados, mas...
Vejo Clary do outro lado, ajeitando a roupa.
-Meu D'us...
-O que? - Sten olha, e logo Justin e Rick também.
-Minha nossa. - Justin diz.
-Chamar atenção é pouco pra descrever esse vestido. - Rick comenta.
-Concordo - Eu e Sten falamos.
Clary nos nota olhando-a. Sorriu sínica, querendo dizer "o primeiro lugar é meu" e eu sorri de volta, sem dizer nada. Ela revirou os olhos e adentrou nos bastidores.
Depois de várias apresentações de vários alunos de várias escolas, finalmente é nossa vez.
A diretora sobe ao palco.
-Esplêndido os cantores da Lyncon High School. Agora, tenho o prazer de apresentar os nossos candidatos. A primeira apresentação é de Clarissa De Lavour. - Apresenta e sai, deixando Clary entrar.
Não é novidade que Clary sempre cantou bem. Mas eu nunca a vi cantar assim.
Confiante, alto, sem errar, sem desafinar, perfeita.
Seria difícil vencer dela.
-Muito bem, muito bem. - Diz a diretora depois que Clary termina. - Agora vamos ouvir Stephen Wilbur Pena.
-Boa sorte, Sten. - Digo, e ele me abraça. Depois aperta as mãos de Rick e Justin e entra no palco.
E não podia ter sido mais perfeito.
-Ótimo, Stephen, ótimo. Agora, aplausos para Justin Drew Bieber.
-Arrasa, Justin. - Rick apertou sua mão.
-Boa apresentação, Justin. - Desejei-lhe.
Ele me olhou, me abraçou forte, sussurrou "obrigado" e entrou. Mas aquele "obrigado" não foi só por isso. Notei que ele agradeceu por tudo. Por eu ter contado sobre Clary, por eu ter ajudado-o todo esse tempo a não se cortar, por eu apoiá-lo, por ser sua amiga.
E não podia ficar mais feliz em tê-lo conhecido.
-Sim, ele canta bem, concordo. - Rick ri. Coro ao notar que ele ouviu.
Justin volta pra onde estamos.
-Nossa, que perfeito, Justin.
-Muito bom, cara. - Rick diz.
-Valeu, pessoal. - Ele estava radiante e muito feliz.
-Agora a última apresentação da noite, Alegria Somers.
-Céus... Ok, aí vou eu. - Falei.
-Vai lá, Ale, você vai arrasar. - Sten me diz, me dando um beijo na testa e um abraço.
-To com você, Ale. - Rick me abraça.
Olho Justin. Ele olha em meus olhos e sorri, e isso foi tudo o que precisei. Sorri de volta, agradecendo toda a confiança que ele me passou só com aquele olhar, e entrei no palco.
Betty, da plateia, filmou tudo, e provavelmente eu estaria na mídia em segundos. Será que ela filmou todas as apresentações? Provavelmente. Ela amava filmar coisas que considerava legais ou dignas de estarem no canal dela no youtube.
Voltei aos bastidores, ouvindo a diretora.
-Essa foi nossa última apresentação. Agora, por favor, fiquem à vontade para fazer o que quiserem enquanto nossos juízes escolhem os vencedores. Se saírem daqui, estejam de volta em 30 minutos. Boa noite.
Sten me abraçou, seguido de Justin e Rick.
Sussurrou pra mim:
-Perfeita, como sempre. Parabéns, Ale.
-Obrigada, Sten. - Ele me deu um beijo na testa.
-Incrível, Ale. - Rick me deu outro.
-Obrigada. - Sorri.
Justin me abraçou com força. Ouvi Sten dizer que ia tomar água, e Rick foi com ele.
Justin quase se afastou de mim e quando pensei que sorriria e diria "incrível" ou algo parecido, ele se decidiu por outra coisa.
Seus lábios selaram-se aos meus, me deixando surpresa, mas não me afastei. Ao contrário, correspondi, colocando a mão em sua nuca, puxando-o para mais perto de mim. Foi calmo, quente, feliz, carinhoso. Pensei que estava voando nesse momento. Esperei tempo demais por isso, e finalmente descobri o quão macios e gostosos são seus lábios, o gosto maravilhoso de sua língua quando ele pediu passagem e eu a permiti, o quanto suas mãos eram ternas ao segurar minha cintura...
Quando ele se separa para me deixar respirar, vejo que está corado. Olhos em seus olhos e não vejo nenhum arrependimento, o que me faz sorrir.
-Eu... precisava fazer isso... - Gaguejou.
-E eu precisava receber. - Seu sorriso ficou, como sempre, perfeito.
Coloquei três dedos em sua boca.
-Não podia estar mais feliz.
Seu sorriso ficou maior, e ele me beijou novamente.
Ah, como eu precisava daquilo. Senti que tudo no mundo, qualquer problema, todos poderiam ser resolvidos. Era delicioso, e eu sorri ao pensar "finalmente". Quando nos separamos, segura minha cintura e andamos até a cantina. Por sorte, ainda estava aberta, então ele comprou duas coxinhas e, à meu pedido, um suco de laranja e uma coca-cola.
-Pelo menos você é saudável. - Comentou.
-Bem, sempre que tem essas coisas do Ídolo Jovem, tem alguma surpresa, e se a gente vencer e tiver que cantar de novo, não quero tomar nada que acabe com minha garganta.
-O que não a deixa não ser saudável.
-Ok, mas eu prefiro o termo "prevenida".
-Ok, então você é prevenida.
Sorri pra ele. Encontrei com minha mãe por acaso, e ela me abraçou.
-Foi incrível, filha, incrível. Nunca te vi cantar tão bem!
-Obrigada, mãe. - Sorri.
-Você também, Justin. Sua mãe está te procurando, orgulhosa. - Mamãe o abraçou.
-Obrigado. Quando achá-la, falarei com ela. - Sorriu também.
-Voltarei para lá. Vão ficar nos bastidores?
-Sim. - Falei.
-Então peço à Pattie para ir lá se a vir, ok?
-Ok, obrigado. - Justin agradeceu.
E pra lá que voltamos, infelizmente, batendo com uma furiosa Clary.
-Ai! Olha por onde anda. - Disse, ríspida.
-Acho que você quem tem que olhar, Clary. - Fui calma. - Não é a minha roupa que me impede de ver o chão.
Ela olha o próprio vestido.
-Eu posso ver o chão.
-Então teria visto a barata que está quase subindo no seu pé. - Justin comentou.
Clary pulou e gritou "aah, onde?" enquanto eu tentava abafar o riso, e Justin nem se importava em rir. Clary o olhou com raiva.
-É assim, agora, é?
-É assim desde à 4 meses.
-Mais. - Falei.
-Mais. - Ele repetiu.
-Ah, agora são namorados, é?
Fico perturbada com a pergunta. Ele me beijou duas vezes, mas isso não nos torna namorados.
Justin puxou minha cintura.
-Isso importa pra você?
-Importa, se não eu não estava perguntando.
-Estamos ficando. Por enquanto. - Ele me olha, sorrindo. Olho em seus olhos e consigo abrir um sorriso, mas eu queria cair pra trás.
Ele estava quase me pedindo em namoro com aquela declaração. Mas então... ele realmente queria pedir? Ele... ele gosta de mim?
Estava confusa por dentro, não sabia o que sentir.
Clary saiu batendo os pés com força. A vimos virar e olhamos o palco. Os juízes conversavam lá, e eu estava começando à ficar nervosa. Justin notou minha inquietude.
-Calma, tenho certeza que está entre os 4, isso se não for - e é - a primeira. - Me acalmou.
-N-não sei... Estou tensa..
-Não precisa, você foi a melhor de t...
-É por causa de Clary.
-Hã?
-Quando ela está brava... coisas terríveis acontecem.
-Ela não vai machucar você.
-Pode ser, mas e você? Ou até Rick, Sten, nossos pais..?
-Quanto dela você conhece mais que eu?
-Se você não conhece o lado mau dela, então muito.
-É, não conheço. Ela sempre estava risonha quando nos encontrávamos.
-Eu tenho medo, Justin... de quando ela está assim...
Ele beija minha testa.
-Não precisa. Eu protejo a gente e nossas famílias.
Consegui soltar um risinho.
-O super herói, claro.
-Dã. - Nós rimos.
Então me lembro de alguns minutos atrás e fico vermelha.
-O que foi? - Perguntou.
-É... é que eu... quer dizer, você... disse pra Clary...
Ele pegou meu queixo, fazendo-me parar de olhar o chão para olhar seus olhos. Sua voz saiu calma e doce:
-Eu sei o que eu disse, e não me arrependo de uma única palavra. Mas, vou entender se... - Saiu um pouco de tristeza na voz. - se você não quiser mais nada comigo.
-Mas, eu... - Gaguejei.
Vi um pequeno brilho em seus olhos.
-Você me quer, Alegria? Assim como eu quero? - Não me deixou nem responder antes de continuar. - Eu sei que eu fui um grande idiota com você, mas... mas a gente nunca consegue explicar, não é? É só... na hora.. e depois a gente não controla mais. Eu já não controlo mais. Faz um mês, Ale, que eu estou doido pra te beijar. Finalmente senti você, hoje, e nunca me senti tão feliz. Alegria Somers - Fiquei tensa. - você quer namorar comigo?
Perdi o ar. Ele me pediu pra namorar.
JUSTIN BIEBER ME PEDIU EM NAMORO!
Que dia da minha vida me senti tão feliz?
Notei que eu estava ficando sem ar por que Justin deu uma risadinha.
-Respira, Ale. - Pediu.
Soltei o ar, e me senti melhor. Mas estava tonta, feliz, alegre, tudo. Eu esperava por isso à tanto tempo... tanto que quase perdi as esperanças.
Mas aqui estava ele, Justin, me pedindo em namoro, fazendo deste o segundo dia mais feliz da minha vida.(Claro, o primeiro foi o dia em que o conheci, pois este não existiria sem o primeiro).
-Sim. É claro que sim. - Sorri, finalmente me soltando. Ele me abraça, e sinto sua respiração em meu pescoço, me dando arrepios.
-Por favor, sentem-se todos. Os resultados finais serão ditos agora. - Ouço a diretora. Justin me solta e vamos para perto do palco.
-Ai meu D'us. - Digo. Ele segura minha mão.
-Você foi incrível. Acho que eu ainda não disse isso, mas foi mais que incrível. Você com certeza ganhou!
-Você também, mas ainda estou nervosa.
-Acho que é normal. Também me sinto um pouco nervoso.
-E os colocados, são...
BUUUU *U* assustei vcs?? hein, hein, hein? kkkk assustei, pq sou feia, masok kkkkkk
espero que tenham gostado.
Bjuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuus <3
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