17 de dez. de 2013

My Love Is Like A Star 49

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Por volta de 11h o vento parou. Estava ficando muito quente lá. Desliguei a TV da sala e estava na metade da escadaria quando alguém bateu na porta. Desci devagar.
-Já estou indo. - Gritei. Peguei um roupão - já que ainda estava de pijama - e o vesti.
Fui até a porta enquanto ainda amarrava-o em minha cintura. Quando terminei, olhei pelo olho mágico. Abri somente 1/4 da porta.
-O-o que faz aqui?
-Estou magoado. Achei que você receberia seu ex-namorado mais feliz.
-Nós praticamente...
-Vamos, Mel. A vida segue em frente - Ele sorriu. Foi o sorriso sarcástico que sempre me derreti. - Seja educada e me deixe entrar.
Fiquei espantada com a cordialidade dele. Estava realmente sendo o Luke que gostei. Meu Luke. Lucian Santos de Fátima. Abri a porta e ele entrou, fechando-a com o pé. E, então, me abraçou.
-Estava com saudade de você, Mel.
-Pensei que estava no curso.
Ele se afastou, mas não me soltou.
-Não. Muito chato. Pensei em ficar as férias em casa, desta vez.
-Quase todo mundo...
-Jura?
-É. Quase todas as pessoas da nossa série não foram. 
-Selena?
-Não.
-Demi?
-Não.
-Miley?
-Também não.
-Nem os Big Time Rush? Eles adoram aquele lugar!
-Também não foram.
-Céus, e quem foi?
-Chris e Justin. E, talvez, algumas pessoas da turma B.
-Meu D'us. E por que a banda não foi?
-Estão compondo. Treinando.
-Ah. Eles não precisam, são bons.
-Eles nunca tocaram em público.
-Oh, não contaram pra você?
-O quê?
-Vamos pro seu quarto, vou te mostrar.
Ele pegou minha mão e me levou ao meu quarto, também fechando a porta. Estava nervosa, mas fiquei atrás dele quando ligou meu computador e foi ao youtube.
-Veja só. - Me mostrou, clicando em um vídeo. - Aqui estão eles.
Abriu o vídeo e o passou.
-Meu... D'us... - Fiquei surpresa. E triste. Eles realmente não haviam me contado.
-Bons, não? - Perguntou.
-Sim... incríveis.
Luke levantou e virou pra mim, mas lentamente, como se estivesse cansado. Apoiou-se na bancada.
-Então, o que faz da vida agora, Mel?
-Descanso e estudo. Saio pra me divertir nas férias. Opa, hoje.
-Oh. - Ele pareceu triste e ao mesmo tempo zombeteiro. - Vai sair mais tarde?
-Sim.
-Com o pé torcido?
Como ele notou que meu pé estava torcido? Estou andando sem fazer nem uma careta, apesar de sentir dor.
-Como você...?
-Eu estava lá ontem com sua irmã quando você caiu.
-Luke...
-Não estou te perseguindo. Poxa, Mel, acredite em mim uma vez.
Virei de costas pra ele.
-Já acreditei. E me arrependo até hoje.
-Mel... - Ele me virou de volta e ficou segurando meus pulsos. - Não fala assim. Pedi desculpa bilhões de vezes e pedirei mais bilhões se precisar. Poxa, eu te amo. Eu quero te fazer feliz. Me dá mais uma chance.
-Ai. - Ele ficou confuso, então olhei minhas mãos. Ele me soltou, ainda confuso. - Desculpe. É que...
Ele pegou meu braço pra olhar, mas sem me machucar desta vez.
-Você... se cortou...
-Já faz tempo. Mas ainda machuca um pouco.
-Isso foi por minha culpa? - Estava notavelmente abalado.
-Em parte... mas teve mais. No tempo, foi difícil. Mas estou bem.
-Não posso crer que fez isso.
-Me desculpe, Luke. Eu sei que eu prometi pra você... Na verdade na hora nem me lembrei. Não conseguia pensar em nada além de me cortar, da dor que eu estava sentindo... Me desculpe. Mesmo.
Ele me abraçou, enterrando meu rosto em seu pescoço. Não era mal abraçá-lo, era? Passei meus braços por sua cintura até prender meus dedos uns nos outros. Mas senti algo duro na bainha pela parte de trás e voltei a mão. Ele me impediu, segurando meu braço.
-Melhor não pegar nisto. Não vai gostar.
-O que é?
Ele suspirou.
-Uma arma. - Surpresa, o soltei, dando alguns passos pra trás. - Fale sério, se eu fosse matar você, acha que teria contado que estou armado? - Parei de me mover, mas deixei claro em meus olhos que se ele se movesse, eu correria. Ele suspirou. - Estou sendo perseguido por algumas pessoas. Algumas más, outras piores. Preciso disto para me proteger.
-Que pessoas?
-Gangues de bandidos que usei e não paguei. Algumas vadias que o Launt quis, apesar de - desculpe dizer - sua irmã fazer esse papel. - Brith nunca me tratou bem, mas fiquei furiosa com ele. - Palavras de Launt. Sou virgem. - Isso me deixou mais calma. - E a polícia. Você sabe por que.
-Sei. Mas seu pai é policial.
-Ele disse que fugi e que não tem nenhum contato comigo, apesar de nos vermos semanalmente.
-Isso é perigoso pra ele.
-E pra mim.
-Você, se for encontrado, vai pegar pena para menores de idade. Ele não.
Uma sombra de alguma coisa - dúvida? - passou por seu rosto, mas logo sumiu.
-Papai é muito bom. Não vai acontecer nada com ele.
-Que assim seja. - Suspirei, com os braços abraçando à mim mesma. - Bem, ainda não me respondeu o que veio fazer aqui.
-Sim, respondi. Estava com saudades e vim lhe ver.
-Uhum. - Não acreditei. Ele suspirou e sentou na minha cama.
-Vim te chamar pra ir comigo...
-O que?
-Ir comigo. Brith disse que vocês brigam, mas ela se importa com você. Quer que vá conosco. Disse que se ficar, vai ser ruim pra você.
-O que estão armando?
-Não posso dizer se não concordar em vir... Mas precisamos de você, Mel. Eu preciso de você. Quero você à salvo. Venha comigo, por favor.
-Sinto muito, mas não.
Ele apertou a cama, suspirando.
-É, eu tentei. Brith disse pra te levar à força, mas não sou capaz psicologicamente de te obrigar à fazer algo assim.
-Só psicologicamente?
-Olhando meu corpo você sabe que fisicamente eu posso.
Parando para notar: sim, Luke estava mais musculoso, tanto que chegava à ter músculos do tamanho dos de Justin.
ESQUEÇA JUSTIN!
Notei-o olhando meu rosto enquanto o analisava. Ele estava sorrindo de canto, como se soubesse o que eu estava pensando.
E eu pensava que ele estava muito gostoso.
-Venha aqui, Mel.
Escondendo o ligeiro espanto que me veio quando ele me chamou, fui até ele, que pegou minha mão e colocou em seu braço. Sem olhar em meus olhos, passeou com ela até o ombro e de volta ao local inicial - e, devo admitir, que perfeito! O braço estava duro, bem duro, como se malhasse por 5 horas por dia. Apertei seus músculos e ele não comentou nada, só me olhava. Não sorria nem desaprovava, nada. Parecia... apreciar.
-Você... hum... tá malhando. - Comentei, sem graça.
-Muito. Estou todo dolorido à dois meses.
-Desculpe. - Tirei a mão dele.
-Tudo bem, o costume não me deixa notar.
-Não quero te machucar.
-Não está.
Ele chegou perto de mim. Sentia seu hálito de menta, mas não conseguia me afastar. Parecia presa ao chão, como se tivessem passado cola em meus pés. Ele pegou meu rosto delicadamente.
-Mel... eu...
-Luke, não... - Coloquei minhas mãos sobre as dele, mas, antes de fazermos qualquer coisa, ouvimos o barulho de algo quebrando lá em baixo, fazendo-nos nos separarmos rapidamente. - O que...?
Ele me soltou sem dizer nada e foi descendo as escadas, com a mão no cós da calça, pronto para pegar a arma. Não achei que era para tanto, mas fui atrás, cautelosa.
Antes de chegar ao pé da escada ouvi um tiro. Parei abruptamente, esperando Luke voltar.
Mas não voltou.
-Luke? - Chamei. Nenhuma resposta.
Fui até a cozinha, onde só tive dois segundos para notar tudo: um homem mascarado com uma faca ensanguentada, Luke caído no chão, o rosto se esfolando nas lajotas do piso, sangue rodeando seu corpo, copos quebrados. Foi nessa hora  que saí correndo, depois, claro, de gritar. Ouvi o assaltante correr atrás de mim. Subi e me tranquei no meu quarto.
-Ai meu pai do céu... - Olhei o quarto, procurando algo que conseguisse machucá-lo. Ok, haviam várias coisas, mas será que eu conseguiria machucá-lo?
Vi meu telefone na bancada.
-Zayn. - Foi a primeira pessoa que me veio à cabeça. Peguei meu celular e liguei pra ele. -Alô?
Ele deve ter notado o pânico em minha voz, pois ouvi-o deixar cair vários papéis e arrastar a cadeira.
-O que houve? Algum problema?
Ouvi Niall atrás dizendo "O que foi? É a Mel?"
-Sim. preciso de ajuda. Luke veio aqui em casa e...
-Ele te atacou?
-Não, mas um assaltante o atacou. Acho que Luke está... - Engoli em seco com as lágrimas que me vinham. Não conseguiria dizer morto.
-Eu estou indo aí. Chame a ambulância.
-ABRA A PORTA, GAROTINHA\! - O assaltante bateu nela com força e eu gritei.
-VÁ EMBORA! - Gritei para ele. Ouvia vagamente Zayn do outro lado da linha gritando "Mel, fuja, saia daí!". Desliguei a ligação e coloquei o telefone no bolço, olhando o quarto.
A janela.
Abri-a como se estivesse realmente fugindo, deixando o quarto ligeiramente bagunçado.
"Ele vai achar que fugi e vai atrás de mim." Pensei.
-ABRA, MENINA!
-ADIOS! -Gritei, e fiz um barulho para fingir que pulei da janela. Cautelosamente, mesmo assustada com suas fortes batidas na porta, fui para baixo da cama, bem no canto e encolhida.
Ouvi um chute fortíssimo e a porta foi arrancada das dobradiças. Quase bati a cabeça na cama com o susto, mas me forcei à não fazer barulho nem para respirar, ou seja, respirei pela boca e bem devagar.
-Melody! - Ouvi o sotaque. Era norte-americano.
Recostei-me no mais fundo possível do esconderijo. Estava suando frio. Minhas veias pulsavam.
Vi seus pés rodarem todo o quarto. Estranho, suas botas quase  não faziam barulho. Ele saiu do quarto e voltou depois de 30 minutos.
-Barra limpa. Ela realmente saiu. - Ele disse. Logo um mascarado mais magro e menos forte aparece ao seu lado.
-Procure onde quer que esteja.
-Na gaveta de jóias?
-Seria óbvio demais por um anel lá. Mas talvez ela não saiba a importância dele. Procure.
-Ok. Hum.. Luke? - Me espantei e quase deixei escapar um grunhido.
-Que é?
-Por que quer tanto o tal anel?
-Você não me ouviu falar com a sua namorada?
-Brith não me disse nada...
-O anel é uma chave. Existe hoje, no condade de Berkishire, na cidade de Windsor, na Inglaterra, um palácio que forma um quase anel e fazia parte do anel de Castelos defensores da Inglaterra. Há relatos que em uma das alas do palácio existe uma grande fortuna escondida por um dos reis que viveu lá.
-E você acha que a família real não sabe disso?
-Tenho certeza. Papai mandou alguém lá há anos. Virou conselheiro de confiança da rainha. Ele perguntou debilmente sobre isso, e ela disse que nunca ouviu falar. Continuando, no palácio, há um cofre reluzente em ouro, mas bem escondido. Os relatos dizem que só pode ser aberto pelo anel de Dom João II. Não sabemos ainda o que ele tem haver com isso. Achamos que roubaram o anel dele como prova de que eram melhores e então o fizeram a abertura do cofre compatível.
-Não podemos usar qualquer anel?
-Não. O Anel de Dom João tinha algo gravado em seu interior. Precisa disso para abrir o cofre.
-Gravemos em outro anel. - Disse, virando minha gaveta.
-Não se sabe o que tem escrito, Launt. Ah, me lembrei de uma coisa.
-O que?
-Brigar com você. Poxa, eu estava quase beijando a Mel!
-Você marcou esse horário. Se você foi lerdo demais e demorou de beijá-la, a culpa não é minha.
-Calado.
-Você não aceita o erro ser seu, não é mesmo?
Luke puxou uma arma e apontou pra ele.
-É bom ficar calado, irmãozinho. Você foi para aquela escola para me conhecer. Seu destino como ladrão foi criado antes de saberem que nossa mãe estava grávida. Você foi mandado para morar com os Lautner por que eles são uma família de pessoas inteligentes e bem-dotadas. Era para ter saído de lá mais inteligente que eu. Como não foi assim, papai disse que quem manda sou eu. Agora... - Ele foi ao banheiro do meu quarto, e ouvi sua voz de lá. - Procure em todos os cantos.
Launt urrou baixo, mas continuou o trabalho.
-Launt?
-Hum?
-Por que não cuida de nossa espiã, e eu procuro o anel?
Meu coração acelerou. Como ele sabia que eu estava ali?
-Você...?
-Claro que sabia. Ela não é burra. - Ele saiu do banheiro e se virou para a porta do meu quarto. - Certo, Brithany?


-Caralhoo hahahahaha 
-Porra, não faz, velho! Ai!
-Já chega, vocês dois. - Falei, quando Ryan e Chaz brigavam na frente da casa de Chris. De braços cruzados e encostado na parede ao lado da porta, eu os via se batendo desde que chegamos. - Vocês são tão infantis.
-Calado, Bieber. - Ryan mandou.
-Vocês três são. - Chris disse, saindo da casa. Parecia cansado. - Agora vamos logo. Ainda temos que comprar os ingressos.
Olhei-o de cima à baixo. Cansado, pálido, com olheiras grandes.
-Está doente, Beadles? - Perguntei.
-Só um pouco gripado. Nada de mais.
E saiu andando. Fui atrás dele, mas parei e olhei para trás. Na janela de Cait, ela nos olhava, quase escondida. Ao me ver olhando-a, saiu de lá.
Mas não antes que eu notasse seu rosto molhado por lágrimas.

Estávamos à caminho do shopping quando alguém correndo grita "sai da frente" mas eu olho para trás ao invés de sair, então bate em mim e me derruba, caindo por cima de mim.
-Caralho! - Falei. - Olhe por onde and... Zayn?
-Bieber?
-Mas o que...?
-Foda-se! Vamos, Niall, rápido! 
Niall vinha correndo mais atrás.
-Ela não responde! Vai, eu te vejo lá.
-Falou! - Zayn disparou pela rua. Em 15 segundos tinha virado a esquina.
-Nialler?
-Oi? - Ele parou. - Desculpe Zayn ter te derrubado. - Ele me ofereceu a mão e me ajudou à levantar. - Estamos com pressa.
-Então por que não o segue?
-Zayn se vira sozinho. Mas, mesmo assim, vou indo. Talvez contemos pra vocês depois. Até breve. - Ele disparou também.
Chris me olhou.
-Não gostei. É com a Mel!
-O que? Como você...?
-Tive pesadelo com ela hoje. Já tinha um mau pressentimento. Mas Zayn correndo assim com Niall na direção da casa dela... Zayn é apaixonado por ela. Há algum problema. Devíamos...
-Caras, não quero acabar com vocês - Disse Chaz -, mas, se ela chamou o Zayn e não vocês, é por que não quer vê-los. E, acreditem, não passem na frente de uma garota que não quer ver você. É doloroso.
-Mas Chaz.. - Tentei.
-Ele tem razão, Bieber. - Ryan me cortou. - Vai ser pior. Espere ela voltar à falar com vocês.
-Mas a Mel...
-Zayn e Niall cuidam dela, Bieber. No momento, você tem um homem-aranha mutante pra ver.

Ela entrou no quarto com um sorrisinho sínico.
-Santos.
-Grace.
-Você a deixou ouvir o plano.
-Sei disso. Exatamente.
-Então deve levá-la.
-Não será preciso. Ela não vai contar. Por que, se contar...
-Ela sabe quem vai morrer...
-... não é, Melody?
Arfei com o susto. A cama foi levantada e eu fui arrancada de lá com um grito arranhando minha garganta. Me vi sendo segurada por Luke e Birth me encarava, olhando feio.
-Acredito, irmãzinha, que você já saiba o que queremos.
-Um anel. Mas não sei qual. Tenho tantos...
-Sim, sabe.
-Mas eu nunca...
-Sabe, sim. - Ela riu, maligna. - Você se lembra por que Justin foi separado de nós a infância?
-Uh? 
Lembrei-me de Birth tomando meu lugar e partindo sua felicidade. Justin era só uma criança. Mamãe nos tirou de lá. Um mês depois, ela e papai se separaram. Então, Brith foi com papai, e eu com mamãe. Um colar me foi dado com um pingente em forma de anel.
"-Nunca perca este anel, Melody. - Mamãe havia me dito. - Prometa-me.
-Sim, mamãe. - Eu havia dito".
-L-lembro... você foi falar com ele no meu lugar, e ele ficou magoado. Nossos pais nos tiraram de lá e então...
-Papai e mamãe se amam, Melody. Ele se casou com Liz para esconder você. Uma mulher solteira normalmente não deixa legados como este anel. Casou-se com a irmã para parecer que o anel foi dado à mim.
-I-irmã?
-Lizzie é irmã do papai. Só você e Megan não sabem disso na família. Agora, só a Meg. Ela deveria ser a herdeira do anel, mas ele já foi dado à você. Escondido. Já sabe. precisamos dele.
-Eu realmente não sei do que...
-Launt. - Ela me interrompeu. - Leve-a para fora.
-Brith, quem manda aqui sou eu. - Disse Luke.
-Não, Luke, não é. O anel pertence à minha família. 
-Então por que você quem manda? - Perguntei.
-Se você não percebeu, você não sabe de nada, e nem quer saber. Agora... dê-me o anel.
-Não sei qual é.
-Está aqui em algum lugar. Dê-me o anel.
-EU NÃO SEI QUAL É!
Levei um tapa na cara.
-Não grite comigo.
-Você disse que ela não ia se machucar, Brithany! - Luke falou com raiva.
Olhei-o, virando a cabeça para trás. Ele estava metido nisso, mas estava me protegendo?
-Disse que ela não ia se machucar se ela cooperasse. Ela não está cooperando.
-Mas ela não lembra onde deixou o anel! Dê-lhe um tempo pra pensar!
Ela chegou tão perto dele que sua orelha ficou na minha.
-Isso é amor, Lucian?
Luke ficou tenso.
-Eu...
-Ora, ora, ora. Lucian Santos realmente ama minha irmãzinha. Quem diria. No que uma encenação pode dar, hã?
-Encenação? - Perguntei.
-Brithany... - Luke quase implorava com os olhos.
-Ah, tudo bem. - Suspirou. - Mas ela vai conosco.
Notei uma luz no olho de Launt. Pelo visto, Luke notou também, pois o fitou.
-Isso é...
-AAAAAAAAAAAHHH!!! - Ouvi o grito e logo depois Luke me soltou, caindo no chão.
Apoiei-me nos braços para levantar e vi Zayn com um cano nas mãos. Ele havia nocauteado Luke, e estava brigando com Launt, que havia sacado uma faca e lutava contra ele.
Me senti ser levantada pelos cabelos e gritei. Isso distraiu Zayn e Launt deu uma facada em seu rosto, mas nada que o matasse. Foi só um arranhão, já que ele desviou, mesmo que tardiamente. 
Brith estava me levando. Tentei lutar, mas ela colocou uma faca em meu pescoço.
-Me solta, Brith! - Gritei.
Ouvi alguém cair no chão e olhei o máximo que pude para trás.
Gritei.
-ZAAAYYYN!!!!
Ele não se moveu. Launt riu e veio atrás de nós.
-Fracote.
-Muito bem, amor.  Vamos.
Ela me forçava à descer em meio aos meus gritos. Então, Launt caiu, depois de um som bem alto. Brith virou pra trás comigo, o som veio de novo, e ela caiu. Então eu o vi.
Zayn, com vários cortes, sangrando em vários lugares, segurando uma panela - especificamente uma frigideira. Arfava pelo esforço da luta, e estava suado, mas parou e me olhou.
-Você está bem?
O abracei com força.
-Zayn!!! Eu o vi cair... eu... eu pensei...
-Ele não teria coragem. Taylor é medroso.
Quase ri.
-Quem é Taylor?
-Você o conhece como Launt. O nome de verdade é Taylor Lautner. Fez academia comigo quando éramos pequenos, então ele saiu. Éramos até amigos... nunca pensei que ele pudesse fazer algo desse tipo, e que fosse preciso eu nocauteá-lo...
-Sinto muito.
-Eu quem sinto. - Ele se separou de mim, mas não soltou meus braços. - Está bem? Ela machucou você?
-Só um pouco... nada de mais.
Então, nesse momento, lembrei-me de que anel eles estavam falando.
-Oh, o anel! - Corri para cima e Zayn veio junto.
-Que anel?
-Eles estavam atrás de um anel - Resumi a história para ele. - Agora sei qual é... mas não sei onde está.
-O que houve aqui? - Niall chegou.
Resumi novamente e descrevi o anel. Era de ouro puro com um diamante pequeno no meio. Dentro, havia algo gravado em espanhol - Las reglas ricas sobre los pobres enfermos. O rico governa o pobre doente.
-Nossa. - Niall disse.
-É, e agora eu tenho que achá-lo e tirá-lo daqui.
Ouvi um grito lá em baixo e desci correndo.
-MÃE? MÃE, TUDO BEM? 
Na cozinha, minha mãe estava paralisada com uma arma na cabeça.
Provavelmente era Jessica!
-Melody... saia daqui.
Zayn e Niall vieram atrás de mim.
-Essa seria a Jessica? - Niall perguntou.
-Provavelmente.
-Conhece-a, Mel? - Mamãe perguntou.
-Jessica, Luke, Launt e Brith... mamãe.. estão atrás do anel que me deu!
Ela ficou pasma.
-O anel? Mas.. como eles...?
-Depois eu explico. Jessie, Luke, Launt e Brith estão desmaiados ali atrás. Avisei que não sei onde deixei o anel, mas eles não acreditaram. Por favor, vá embora.
Ela riu.
-Se eles lhe contaram isso... contaram que temos um refém, não disseram?
Parei. Esqueci-me completamente.
-Oh céus! Quem vocês...?
-Hahaha. Acha mesmo que eu vou dizer? Querida, saiba que é alguém que você ama. Quer a pessoa de volta? Dê-nos o anel.
-Mas eu não sei onde está! - Eu já chorava.
-Procure. Quero-o em minhas mãos hoje.
-Mas Jessie...
-Agora! - Ela destravou a arma na cabeça de minha mãe. Virei para trás e vi Zayn e Niall analisando a situação por inteira. "Eles vão conseguir... sei que vão". Subi com eles atrás de mim, seguidos de mamãe e Jessica.
-Vocês dois, sentados na cama. - Ela disse pra Zayn e Niall. Eles o fizeram. Estavam tensos, olhando tudo em volta. Sabia que cada um tentava formular um plano. Mas qual?
Zayn pareceu brilhar neste momento.
-Mel?
-Oi?
-Você não tava com ele no shopping semana passada? O anel que você descreveu?
Olhei-o. Niall pulou.
-Verdade! Ela disse que ia guardar no cofre do porão.
-Não, ela disse que ia guardar no banheiro da mãe dela!
-Porão!
-Banheiro!
Jessica ficou impaciente.
-Vão logo aos dois lugares e tragam o anel!
Zayn e Niall saíram do quarto. Entendi! Eles a tiraram de lá.
Peguei o cano que Zayn estava usando e fui atrás, com as mãos escondidas. Chegando perto suficiente, bati em sua cabeça com força. Ela caiu, soltando minha mãe.
Zayn veio até mim, sorrindo.
-Boa, Mel! - Ele me abraçou. Aí deixei caírem as lágrimas.
-Zayn... eu... ela...
Niall se abaixou e checou o pulso de Jessica.
-Está viva. Fique calma. Não foi forte para matá-la. - Ele pegou o meu braço. - Já você, se não se acalmar, vai desmaiar. Vamos, Zayn. - Ele ajudou minha mãe à se mover, já que estava paralisada, e saiu do quarto. Virei ara Zayn.
-Temos que tirar o anel daqui.
-Sabe onde o deixou?
-Não.
-Tudo bem, vamos procurá-lo.
Voltamos ao meu quarto e ficamos uma hora lá até eu cansar e me jogar na cama.
-Zayn, eu não sei onde pode estar.
Ouvi um barulho.
-Temos que sair. Eles podem acordar. - Zayn disse. Ele viu uma foto minha e a pegou. Olhou-a atrás, mas a colocou de volta. - Você tem que ir pra casa do seu pai de novo.
-É um abuso dele...
-É... é só até o fim do ano... - Disse, já triste de novo.
-Luke sabe onde é.
-Mas sabe que o anel não está lá. Está aqui. Em algum lugar. Você também sabe disso. Todos nós. Mas do que adianta arriscar sua vida? Ou de sua mãe?
-Mas eles vão assaltar um lugar...
-Só se acharem o anel. Se nem você sabe onde está, imagine eles. Vamos embora. - Ele olhou para trás. - Pela janela. Estão se mexendo.
Ele olhou o tal quadro de novo e o pegou, vindo até mim.
-Vá. Rápido.
Assenti e pulei a janela. Ele logo fez o mesmo. Niall estava acalmando minha mãe na calçada.
-Vamos embora. - Falei.
Eles não fizeram perguntas, só correram atrás de mim e Zayn.
-Zayn?
-Oi?
-Não posso ficar na casa do papai! Brith mora lá!
-Oh merda, eu esqueci! Ah... bem, calma. Vou pensar em algo!
Ouvimos um barulho alto e viramos para trás.
-Meu D'us! - Gritei e caí. Mamãe caiu também.
Minha casa. Minha casa estava em chamas e explodindo em vários cantos. Meu abalo emocional foi tão grande que não conseguia mais correr. De jeito nenhum. Meus joelhos tremiam, meu rosto estava molhado, assim como minha mãe. Zayn e Niall estavam tão perplexos quanto nós, mas a casa não era deles. Eu não sabia dizer o pavor que sentia, a raiva, tudo!
Uma multidão se formava aos arredores da casa. Notei pelo canto do olho Zayn guardar o tal quadro na bolça de minha mãe, mas não consegui formular qualquer pensamento. Viaturas e bombeiras chegavam ao local. O fogo foi reduzido à nada em 30 minutos. Minha casa era praticamente cinzas. Tinha certeza de que, se pisasse na escadinha da porta, tudo desmoronaria.
Um policial veio até nós e eu gritei.
-Calma, Mel. É um policial. - Niall disse.
-É o pai dele! É o pai dele, tirem-no daqui! - Eu gritava. O sr. Santos me olhava estranho, mas como se me compreendesse. - TIREM-NO DAQUI! É TUDO CULPA DELE!
-Mel, por favor. Ei, calma. - Zayn tentava me acalmar. Quando viu que não daria certo, falou com o policial: - Desculpe. Pode pedir pra outra pessoa falar com ela?
-Não! - Gritei. - Ninguém!
Zayn suspirou.
-Em 30 minutos?
O sr. Santos não disse nada, só assentiu e saiu dali. Minha mãe chegou perto de mim e eu resumi tudo o que havia acontecido. De novo. E provavelmente ainda ia resumir mais umas 500 vezes. Os médicos vieram ver se não sofremos nada, e felizmente, não havíamos.
Em 30 minutos, eu continuava atônita. Um outro policial chegou neste momento.
-Sinto muito, sra. Grace. - Ele falou com minha mãe. - Venham conosco, por favor.
Tentei levantar, mas Niall teve que me ajudar. Mamãe, sendo mais pesada, precisou de Zayn e do policial. Entramos em uma viatura. Na delegacia, nos foi oferecido café.
-Por favor, contem-me o que houve. - Pediu o policial.
-A tia Grace não estava lá. Nenhum de nós. - Zayn disse. - Mas a Mel já contou o que houve.
Então ele falou exatamente tudo o que eu havia dito.
Mas eu não disse à ele que haviam reféns.
-Zayn... Luke disse... que haviam reféns. Ele disse que se eu contasse, iam morrer.
-Disse quem eram? - O tira perguntou. Engoli em seco.
-Não. Mas disse que eu o amava muito. Ou ela, sei lá. Não especificou.
-Vamos ajudar. Mais alguma coisa?
Resolvi não falar sobre o anel, já que Zayn não o havia mencionado.
-Não... Nada.
-Tudo bem.. Bom, vocês tem algum lugar pra ficar?
-Bem, a casa do meu ex-marido... - Mamãe começou, mas eu logo vetei.
-Não!!! A Brith mora lá! Ela também tava lá em casa, e, pelo que vi, ela quem comanda tudo! Não vou, nem morta, morar com ela!
-É só até o fim do ano, querida.
-Não vou!
-Calma, tudo bem. - Disse o policial. - Podemos achar algo temporário pra vocês, mas... - Alguém entrou na sala e o policial se calou.
-Bom dia. -Disse. - A casa foi avaliada. Tinham muitas coisas de valor lá. Algumas - ele colocou uma caixa de anéis e colares de ouro e prata na mesa - foram recuperadas. Basta limpar um pouco. O resto foi avaliado em 100 mil.
Olhei minha mãe: era pouco, mas teria que servir.
-Mandamos olharem algumas casas que estejam livres. Há uma dois quartos em aluguel até o ano que vem. Podemos fazer contato. - Disse o detetive, que entrou atrás.
-Bem, vamos levá-las para ver.
Sem comentários, fomos levadas para lá. A casa era bonita, realmente. Simples, mas bonita. Não tinha dois andares como a minha, mas era grande, com uma sala enorme e uma TV de umas 40 polegadas, carpete suíço, janelas de vidro verde, cozinha branca de mármore, quartos razoavelmente grandes, dois banheiros e um quintal bem menor que o nosso, mas ótimo.
-Melody... - Ouvi minha mãe e virei pra ela.
-Sim?
-Vamos adiantar sua viagem. Você irá antes de mim.
Parei.
-O-o que?
-Vou adiantar sua viagem. Sei que você não gosta da ideia, mas com certeza eles vão entender. E você terá Jake ao seu lado. Sei que você o achou legal.
-Mas mãe... você me prometeu que eu ficaria até o fim do ano.
-Filha, eu queria... mas você tem que sair desse perigo.. -Ela me olhou significativamente, como que dizendo "e tirar o anel daqui".
-Mãe, o que tem de tão importante nesse...-Ela tapou minha boca.
-Nada. - Olhou os policiais falando com Zayn e Niall na porta. - Não tem nada.
Ouvi Zayn falando como eram as meninas. Olhei minha mãe.
-Você vai me contar depois.
-Melody, eu não...
-Vai me contar depois. Ou eu não volto pra casa nunca mais.
Ela ficou paralisada, mas não desfiz minha pose. Agradeci mentalmente a Zayn por vir falar comigo antes que ela pudesse se pronunciar.
-Você está melhor?
-Melhor?
-Bem, sei que bem você não está. - Deu um sorriso triste. - Mas pode melhorar, não pode?
-Bem... posso...
-E então?
-Não.
Ele me abraçou.
-Eu sinto muito mesmo, Mel. Deve ser horrível a sensação... 
-De ver a casa queimar? É, é sim, pode crer.
O abraço ficou mais apertado. Decidi que essa era a hora de deixar as lágrimas rolarem de novo. Zayn me colocou no colo e foi até o sofá. Ele me sentou gentilmente, mas não me soltou de modo algum. Seu abraço era reconfortante.
-O-obrigada... obrigada por ter ido... ido me ajudar... desculpa te colocar n--nesse perigo... v-você e Niall...
-Tudo bem, Mel, tá tudo bem. - Ele me apertava forte.
Vi Niall entrar na sala com minha mãe. Ele não a abraçava por respeito, mas ela notavelmente precisava. E, mesmo assim, era estranho, por que minha mãe não era tão alta e Niall batia em seus olhos, fazendo-o parecer seu filho.
-Desculpa, Niall. - Pedi também. Ele me olhou.
-Pelo que?
-Meter vocês nesse perigo...
-Mel, eu mataria você se não tivesse nos chamado. Cheguei um pouco atrasado, mas cheguei.
-V-vocês podiam... Z-Zayn... ele...
-Mel, eu não morri. - Zayn me acalmou. - Foi só um nocaute, e foi rápido.
-Como está sua cabeça?
-Bem. Ah, com um galo, mas bem.
-Está doendo?
-Não. - Olhei em seus olhos e ele suspirou: - Sim. Mas não se preocupe. Estou bem.
Mamãe saiu da sala e voltou com um pano molhado e com gelo. Zayn disse que não precisava, mas eu peguei e pus em sua cabeça. Por um momento, ele mordeu os lábios, mas depois parou.
-Obrigado.
-Disponha. - Eu e minha mãe falamos juntas. Niall e Zayn riram.
-Muito bem, precisamos conversar. - Zayn falou e eu saí de seu colo, sentando ao lado dele.
-Por favor, senhorita Grace. - Niall apontou gentilmente uma das poltronas. Ela sorriu e sentou na da direita, e Niall, esquerda.
-Muito bem. - Zayn começou. - Já sabemos que Luke quer um anel. Um anel específico. Um que Mel sabe qual é, mas não onde está.
-E agora não tenho chance de achar. - Falei triste.
-Você não precisa. Zayn achou. - Niall disse.
Eu e mamãe olhamos os dois, pasmas.
-Está no retrato. - Zayn disse. Ele foi até a porta e voltou com a bolsa da minha mãe. - Por favor, tire-o daí.
-Por que você não tira? - Perguntei.
-Não mexo em bolsa de mulher. Vai que tem algo que ela não queira que eu veja?
Mamãe o olhou meio encantada e tirou o retrato da bolsa, lhe entregando em seguida.
-Obrigado. - Ele virou de modo que nós duas conseguíssemos ver. - Bem, vejam aqui atrás. Está muito bem escondido, mas tem uma rachadura. Conseguem ver? - Ele mostrou o quadro pra mim e depois minha mãe.
-Não. - Falei.
-Não... - Minha mãe pediu desculpas com os olhos.
Zayn sorriu.
-Niall, pegue uma faca.
Niall voltou em menos de 10 segundos e lhe entregou. Ele cortou a parte de trás do porta-retrato, e de dentro caiu um objeto branco.
-O que é isso? - Quis saber.
-Seu anel, enrolado num pano. - Ele desenrolou o objeto. Sim, realmente, era o anel. Ouro do mais puro com um pequeno diamante no centro. Dentro, gravado Las reglas ricas sobre los pobres enfermos. Ele me entregou o anel. - Tome cuidado com isso. Deve escondê-lo melhor, agora que eles estão atrás.
-O que pretende que eu faça?
-Não sei, o anel é seu. Mas deve ter cuidado.
-Bem, isso eu já sei. Mas não posso dar fim à ele, sendo isso de tal importância.
-Por que não devolvem à família Real da Inglaterra? - Niall perguntou.
-Por que qualquer pessoa em posse de tanto dinheiro assim endoida. - Mamãe explicou. - Por isso o dinheiro foi trancado. O que há de jóias ali, ouro, prata, bronze, rubis, esmeraldas... ninguém fica sã com isso. A vontade de gastar é humana. A pessoa em posse disso iria poder pagar pra acabar com todo o Estados Unidos.
Nós três a olhamos, pasmos.
-Tudo isso? - Zayn quis saber.
-E mais.
-Mais? - Niall quase gritou.
-Sim, bem mais.

-Por isso precisa de tanta proteção... - Falei. - Mas como cabe tanto dinheiro em um cofre?
-Ah, querida... ele começa na altura do piso térreo e desce até mais ou menos o que seria o Empire State. E é lotado até quase o topo. Há passagens pelo meio feitas de vidro transparente para que possamos ver direito e...
-Mas por que, se ninguém entra lá?
-Antigamente a família protetora do anel entrava para ver se não haviam burlado nada. É arrumado de modo que possamos controlar. Quando a família Real precisava, retirávamos um pouco do dinheiro para que pudessem melhorar. Por que acha que não tiveram tantas crises? Por isso mesmo. Até o dia em que o dono do anel foi morto. O anel se perdeu e só foi achado 273 anos depois, pelo tataraneto do ex-dono. Por sorte, o garoto sabia exatamente como era o anel e sabia para que servia. Ele o pegou e avisou à família Real sobre isso. Ele virou o novo protetor. Então, houverão oito tentativas de assassinato contra ele. A Rainha decidiu que ele deveria fugir, e ele viajou durante uma noite bem movimentada para que ninguém o pudesse seguir. Ele foi para a China. Passou o anel para o filho que veio para a Argentina, e a filha veio pro Brasil. Até hoje, nós passamos o anel de geração em geração, mas só contamos a história no leito de morte, ou deixamos uma carta. Dessa vez, não foi assim.
-Pelo menos a senhora não vai morrer agora. - Falei. Estava com raiva dela, mas a ideia de viver com meu novo pai e sem ela iria me matar.
-Não, amor, não vou. - Sorriu.
-Agora me explica que história é essa do papai e da Liz?
-O que tem?
-Deles serem irmãos!
Zayn e Niall ficaram tão surpresos quanto eu fiquei. Mamãe suspirou.
-Eu e seu pai... bem, ele é descendente de alguém que cuidava da família Real e ele deveria encontrar o dono do anel para ajudar a protegê-lo. Ele levou 17 anos pra isso. Quando nos casamos, não nos amávamos de verdade, tínhamos nos conhecido à somente alguns meses. Acabamos por nos amar depois, mas tudo foi pelo anel. Eu nunca quis ninguém em perigo...
-Mel e Brith foram uma surpresa pra você, não foram? - Niall deduziu.
-Sim... eu nunca havia planejado ficar grávida. Apesar de muito feliz, foi realmente uma surpresa.
Minhas mãos tremiam. Minha mãe não me queria?
-Quando elas nasceram, eu fiquei com medo. Medo de metê-las nisso. Queria que suas vidas fossem o mais normal possível. Mas ficamos sabendo que alguém estava por perto atrás do anel. Mike teve a ideia de nos separarmos, pois eu nunca fui muito rica. Nunca poderia deixar um legado tão grande quanto aquele anel. Então ele ficou comigo. Mas ele solteiro também era um perigo. Demorei, mas o convenci a casar com a irmã. Por segurança. Como ele não queria perder a ligação conosco, Brith foi com ele. Ia ser você, mas Brith chorava longe dele, então ela quem foi. - Tremi. - Megan também não foi planejada, não por Mike. Mas, eu e Liz conversamos e sabíamos que um filho deles iria proteger a nós, pois a chance do legado ser dado à este filho ou à Brith era muito grande. Mike não queria, mas ela ..
-Não precisa contar como Megan nasceu, mãe, obrigada. - Falei vermelha. Zayn e Niall riram, mas sem humor. Notaram que eu estava bem tensa. Zayn segurou minha mão pra me dar conforto e eu sorri pra ele.
-Bem, terminando: Meg e Brith quem tinham as chances de ter o anel, por isso o perigo de virem atrás de mim era reduzido à 25%. Quanto mais movimentamos o anel, mas difícil é de achá-lo.
-Então vamos morar nos EUA por causa dessa bosta de anel? - Perguntei.
-...
-Jake sabe disso?
-Não.
-E aquele idiota que vai ser meu padrasto?
-Não. E ele não é idiota, Mel, ele só...
-Quer seu corpo nu!
-Melody!
-O que? Você acabou de dizer que realmente não me queria, que você e papai não se amavam e que você o obrigou a casar com a irmã por causa de uma porra de um anel! Acha que tem o direito de me pedir pra ser sensível?
-Querida, eu..
-Querida o caralho, mãe! Isso é ridículo! - Levantei e me tranquei em um dos quartos dali. Era pequeno, mas aconchegante. Ouvi uma batida na porta. - VAI EMBORA, MÃE!
-Não é sua mãe. Sou eu.
Suspirei e abri a porta para Zayn.
-E Niall?
-Ajudando sua mãe a parar de chorar. 
-Não vou me sentir mal por gritar com ela.
-Eu sei. No seu lugar, acho que teria feito o mesmo. - Ele entra no quarto e tranca a porta de novo. Ele me abraça. - Sei que não está bem. Mas não sei mais como ajudar.
-... deita comigo?
-Como isso vai ajudar?
-Você é reconfortante... - Corei. Ele sorriu.
-Claro.
Peguei sua mão e o puxei pra cama. Ele deitou na minha frente, me abraçando como se me protegesse, o que me fez sorrir. Mas não durou muito tempo. Comecei a pensar em tudo o que houve, no que todos me disseram, e em como ia viver nos Estados Unidos sem os One Direction, Justin, Christian, Chaz, Ryan, Jasmine, Selena, Demi, os Big Time... Assim, comecei a chorar. Zayn me apertou contra o peito e beijou minha cabeça levemente várias vezes, fazendo carinho em meus braços e costa. 
Dormir, naquele estado, foi a coisa mais fácil do mundo.

-Caralho, que firme!
-Man, foda!
-Isso que é filme bom!
-To tonto de tanto pulo.
Nós rimos. Somos tão babacas.
-Aí, vamos comer? - Perguntei.
-Valeu, cara, mas eu to enjoado. - Chris disse. - Vou só acompanhar vocês.
-De boa. E vocês dois? - Olhei Chaz e Ryan.
-Cara, quando a gente não quer comer? - Chaz riu.
-Verdade, que pergunta babaca. - Ryan disse.
-Vão se foder. - Eu ri e Chris me acompanhou.
-Com a Demi lol - Os olhos de Chaz brilharam.
-Valeu, to bem, aqui. - Ryan riu.
-Gay. - Chaz o olhou.
-Eu não fodo homem ;)
-Nem eu, mas eles me desejam.
-Nem uma gripe você pega, Chaz - Chris disse e todos nós rimos.
-Credo, Chris, sacanagem comigo.
-Sacanagem é o que você faz sozinho no banheiro. - Zoei.
-Ah, claro, e você ama me ouvir gemer, né, Bieber?
-Cara, você acabou de admitir que é uke. - Ryan disse.
-Não, eu disse que ele ama me ouvir gemer, não falei que ele me enraba - Riu.
-Uke? - Chris perguntou.
-É o passivo do casal gay. - Ryan explicou.
Chris ficou surpreso.
-Chaz, você é passivo?? HAHAHAHAHHAHAHHAA SABIAAA
-Ai, caralho, meu ouvido ù.ú - falei
-Foooooooda-se kkkkkkk
-Chris falando tanto palavrão em menos de 15 minutos. Que isso, menino, não te conheci assim. - Chaz riu.
-Culpa de vocês kkkk to bem aproveitando a vida enquanto posso lol
-Pois é, a vida é curta demais pra desperdiçar, né, irmão? - Sorri. Ele sorriu de volta, mas quando Chaz e Ryan viraram, vi uma ponta de tristeza em seus olhos que eu não pude deixar de fazer uma nota mental de falar com ele depois.
Chaz foi no Bob's e dei dinheiro pra Ryan comprar um BigMac pra mim, dizendo que minhas pernas doíam e eu precisava relaxar. Eles foram pra longe e olhei Chris ao sentarmos em uma mesa.
-Manda a real, irmão. Qual foi a daquela tristeza quando estávamos falando de vida?
Ele me olhou.
-Que tristeza?
-Beadles. - O olhei como se dissesse "não me esconda nada ou eu vou descobrir sozinho e vai ser pior". Ele suspirou.
-Segredo.. ok?
-Claro. Abre o bico.
-.... eu tenho câncer.
Engasguei com o ar.
-Como disse?
-Câncer. No estômago. Por isso você viu minha irmã chorando quando saímos.
-Como você...?
-Eu te vi a olhando e eu sabia que ela estava lá. Não tente me esconder as coisas também. Sou do tipo de pessoa que ninguém acredita que existe: tenho sensações que me dizem a verdade.
-Uau, legal, mas voltando. Quando descobriu?
-Um tempo atrás. Lembra quando tive enjoo pela primeira vez na sua casa?
-Hm... lembro.
-Descobri três dias depois, por que eu tava vomitando sangue e minha mãe quase morreu. 
Apertei seu ombro.
-Nossa, cara, eu sinto muito mesmo.
-Não sinta. - Deu de ombros. - Se tenho, é por que era para ter. - Depois, ele me olha sério. - Não mude de atitude comigo por causa disso. Não quero ninguém tendo qualquer chance de saber.
-E se você passar mal?
-Bem, aí, me ajude, por favor.
-Claro que sim, babaca! Você acha que eu ia deixar um dos meus melhores amigos passando mal e não ia fazer nada?
-Agora, não. - Riu.
-Agora?
-Quando te conheci, achei que queria me matar.
-Olha... - Zoei e nós rimos. - Não vou mais lutar com você, o ponto que eu mais acerto é sua barriga. - Então me toquei e o olhei: - cara, devia ter falado antes!!! Eu soquei sua barriga umas quinze vezes depois daquele dia!!!
-Eu sei.
-Você passou mal depois de alguma delas?
-Das quinze? Vinte vezes.
-Christian!
-Desculpe. Eu não quero que pare de lutar comigo, e por isso eu não contei. Eu gosto de lutar, quero viver em quanto posso.
-É fatal?
-Pode vir a ser. Por enquanto, eu só como na dieta do médico e em casa.
-Se precisar de mim, cara, pode me ligar, mesmo que seja meia-noite. Tudo bem?
-Obrigado, Justin. Mesmo. Não sei o que faria sem você.
-Não tiraria boas notas em inglês, não conheceria Chaz e Ryan, não...
-Tá bom, entendi, muita coisa. - Nós rimos.
-E aí, veados? - Chaz chegou com o lanche dele.
-Fale bixa louca. - Falei.
-E aí, puta? - Chris zoou.
-Pelo menos eu pego todas lol - Nós rimos.
-Quem pega todas? - Ryan chegou e me deu meu lanche.
-Valeu. - Agradeci.
-Chaz. - Disse Chris.
-Chaz pega todas? De anda. - Ryan perguntou.
-Pega nada. - Falei.
-Por favor, meninas, sou foda, vocês me amam. - Chaz zoou.
-Aham, claro. - Ryan ironizou.
-Claro mesmo. Sou o dono de vocês, minhas vadias.
-Oh, senhor, deseja uma massagem na sua vagina? 
Eu e Chris choramos de tanto rir. Ryan sabia jogar, e Chaz também pipocou de rir. Nem mesmo Ryan se segurou.
-Não tenho vagina, diferente de você, vagabunda. Agora vai buscar a tua..
-Chaz, chega. - Eu ria tanto que tive que pedir pra parar, minha barriga doía. Vi Chris rindo muito também, então me toquei que ele podia estar sentindo dor. Sorte que ele não me viu olhando, ou podia achar que eu pedi pra parar por causa dele, e ele ia ficar chateado. - E-eu vou morrer s-sem ar, merda! - Ainda ria.
-D-dois. - Chris ria muito.
-F-foi mal. - Chaz gargalhava tanto que todos nos olhavam. Ryan ria, mas mordia os lábios pra tentar parar.
Meu celular vibrou e vi que o de Chris também. Eu peguei o meu e abri a mensagem. 
Parei de respirar.
Levei um tapa e voltei ao mundo. Chaz o havia me dado. Ryan deu um em Chris, que estava vermelho, então soube que ele recebeu o mesmo.
-Caras, vocês estão bem? - Chaz perguntou.
-Os dois pararam de viver ao mesmo tempo. O que houve? - Ryan quis saber. 
Minha mão tremia. Olhei Chris. Ele estava verde, enjoado.
-C-Chris...
-Não... eu... - Ele correu pro banheiro. 
-Chaz, Ryan, fiquem aqui, por favor, não venham! - Corri pro banheiro antes que eles pudessem questionar. 
Alguns homens me olharam quando entrei, mas não me importei.
-Chris? Chris, onde você tá? Você tá bem?
-O garoto vomitando? - Um homem me parou. - No último da direita.
-Valeu, cara. - Corri pra lá.
A porta tava trancada. Só pude ver os tênis de Chris, vendo que estavam em posição de estar ajoelhado. Eu o ouvia vomitar.
-Cara, não tem nada que eu possa fazer?
-Por isso? N-não.. - Honestamente, eu fiquei enjoado só de ouvi-lo vomitar, mas não ia sair dali nem morrendo. - Mas valeu.
-Você trouxe remédio pra parar?
-Não... Eu não pensei que... Não tava me sentindo mal quando saímos... achei que não ia vomitar...
-Cara, se você recebeu a mesma mensagem que eu, eu entendo muito bem. Até eu quero vomitar.
-É verdade? Ela tava lá dentro?
-Não sei, Chris. - Então me lembrei de Zayn e Niall correndo. - Aqueles dois... eles sabem de alguma coisa...
-Que dois?
-Malik e Horan... eles estavam indo pra casa dela, lembra?
-Acha que foi o Zayn? Niall nunca ia deixar, e..
-Mas Niall pode ter sido alvo também!
-Ligue pra ele, caramba!
-Claro, patrão --' - Liguei.
-Alô?
-Niall?
-Fala cara.
-Uau, você tá vivo!
-Claro que tô .-. por que?
-Cara, é verdade sobre a casa da Mel? - Perguntei tremendo.
-Ah cara... você e o Beadles já tão sabendo?
-Então é verdade? Ela... a Mel..
-Ela tá bem, Zayn a tirou de lá antes mesmo de sabermos que ia acontecer isso.
-Zayn.. a tirou?
-Claro, cara. - Ele me contou o que houve durante o dia, o que Me havia dito pra ele. - E agora estamos numa casa nova e provisória, já que elas só vão ficar até mais ou menos novembro ou dezembro.
-Onde é?
-Eu não sei a rua, viemos na viatura da polícia pra cá.
-Ela pode falar com a gente?
-Acho que o Zayn a fez dormir, não escuto barulho nenhum vindo do quarto dela.
Quase engasguei.
-Zayn e ela estão no mesmo quarto?
-Cara, Zayn não vai matá-la! Confia nele.
-Confio em você, Niall. Se você diz, eu acredito. Mas nele, não.
Ouvi Niall suspirar.
-A Mel tá bem. A tia Debi dormiu aqui no sofá e eu estou olhando pra ela não cair, por que ela tá muito na ponta. A Mel já chorou, já gritou, já brigou com a mãe.. na medida do possível, ela está bem.
-Ela se machucou?
-Não, está intacta.
-... obrigado, Niall. Cuide dela, por favor.
-Claro. Fique calmo, ok? Você e o Beadles.
-Vamos tentar. Valeu mesmo. Até.
-Tchau.
Desliguei e olhei os pés de Chris. Ele já tinha parado de vomitar, estava só sentado descansando.
-Você tá bem, cara?
-Indo... e a Mel?
-Niall disse que está intacta.
-Graças aos Céus.
-Vamos, Beadles, você precisa ir pra casa.
-Espera um pouco... tá doendo pra caralho..
-Tá bom, eu to sentado aqui do lado de fora. - Sentei na porta do box dele.
-Valeu, Justin. Mesmo.
-Não precisa agradecer.
Apoiei a testa nas mãos. Comecei a pensar em tudo. Primeiro, o mais estranho: eu e Chris. Somos amigos, agora. Sempre brigávamos pela Mel, mas essa disputa que acabou nos unindo. Pra mim, ele é praticamente um irmão, assim como Chaz e Ryan.
Segundo: a Mel. Estava cansado dela nem querer mais olhar na minha cara. Eu estive errado, é verdade, mas poxa!, ela poderia tentar me entender. 
Ok, não tem o que entender. Eu tava errado, muito, de verdade. Mas eu estou arrependido, e isso ela tem que entender.
Terceiro: Luke! Vou matá-lo por fazer isso com a Mel e a tia Debi! Lautner, Jes e Brith também!
Quarto: tenho que ficar de olho em Zayn antes que a Mel engravide. 
Chris saiu do banheiro dez minutos depois. Me levantei e o olhei. Ele estava pálido demais, até a boca estava branca.
-Você precisa beber água.
-Só um pouco... vamos voltar pra Chaz e Ryan...
-Te levo até a mesa e vou comprar sua água.
-Valeu.. - Ele pôs a mão na cabeça e quase caiu, então eu o segurei.
-O que foi?
-Tontura... bem forte. Acontece com a perda de água... desculpa. - Pediu.
-Por que? Cara, não fica mal com isso. Vem, vamos até a mesa.
Eu o ajudo até ele sentar. Chaz e Ryan estavam conversando nervosamente, mas ao verem Chris, quase ficam pálidos que nem ele.
-Cara, você tá péssimo! - Chaz disse.
-Valeu. - Chris deu um sorrisinho irônico.
-Já volto. - Saí pra comprar a água pra ele.
Na fila eu olhava a mesa o tempo todo. Queria ter certeza que Chris não ia precisar ir ao banheiro correndo, por que eu não ia ter como correr pra lá rápido a essa distância.
"Caramba, ele tem câncer!!!! A ficha ainda não caiu pra mim!!!"
Comprei a água e dei a ele, que bebeu lentamente depois de agradecer. Sentei ao seu lado. Tinha perdido a vontade de comer. Mas ele me mandou comer pra não passar mal de fome depois e acabei cedendo.
-O que vocês receberam pro Chris precisar vomitar? - Ryan quis saber.
-Incêndio na casa da Mel. Foi o Luke e a turma dele.
-Como você sabe? - Chaz perguntou.
-Chris educadamente me pediu pra ligar pro Niall.
-Niall? - Ryan perguntou.
-Justin burramente lembrou que eles estavam correndo pra casa dela. - Chris falou e eu ri. - Zayn e Niall.
-Ah. E o que mais ele disse?
-Ele disse o que a Mel contou à ele: que o Luke chegou na casa dela cedo e chamou-a pra ir  com ele pra ela não sabe onde e depois um cara, que seria o Launt, fingiu ter matado ele... - Narrei o resto do episódio à mim narrado antes. - Agora ela tá dormindo.
-Ela tá bem? - Chaz quis saber.
-Óbvio que não, mas eles estão com elas.
-Acha que vão ficar livres? - Chris quis saber.
-... Não sei, Beadles... não sei...


Oi, oi, oiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii!!!!!!!!!! Meninaaaas, o próximo cap é o último da temporada #chorei !!!!!!!!!! Vamos ver o que vai acontecer???? Vou começar com dois coments ;* 
Ai cara, vou chorar, caramba, não queria acabar agora kkkk mas segunda temporada só depois, ainda tenho cinco IB's novas, fazer oq suahsuahsa espero que curtam, girls, luv ya <3

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